Amadurecer traz serenidade e paciência, pois
vamos aprendendo a dar importância, cada vez mais, ao que realmente interessa, sem
perdermos tempo com aquilo que só gasta energia inutilmente.
É muito interessante refletirmos sobre as
mudanças de nossos objetivos ao longo do tempo, bem com sobre aquilo que nos dá
prazer. Amadurecer traz serenidade e paciência, pois vamos aprendendo a dar
importância, cada vez mais, ao que realmente interessa, sem perdermos tempo com
aquilo que só gasta energia inutilmente.
A adolescência e a juventude são fases em
que abraçamos o mundo em tudo o que ele tem, querendo que a roda gire sempre em
nosso favor, desejando que nossos pontos de vista sejam aceitos. É como se
somente as nossas verdades fossem as verdadeiras, como se tivéssemos uma capacidade
sobrenatural de mudar os acontecimentos à nossa volta. Esse idealismo é
importante, pois muitos avanços sociais desejáveis se conquistam por meio dele.
Porém, quanto mais amadurecemos, menos
contrariados ficamos com o que vem contra nossas vontades e desejos, compreendendo
que o mundo continua, mesmo com nossos gritos e recusas, ainda que à nossa
revelia, pois o fluxo não para. Ou nos adequamos às nuances da vida, ou vivemos
eternamente insatisfeitos e frustrados. Isso não significa aceitar tudo resignadamente,
mas tão somente aceitar o que não pode ser mudado, entendendo que nem sempre
estaremos certos.
A gente vai aprendendo que tudo passa, poucos
ficam e que perder nem sempre é o pior que poderia ter acontecido. A gente vai
se conformando com aquilo que não pode ser mudado, simplesmente porque o que
não é para ser nunca o será. Isso, da mesma forma, traz a serenidade para
constatarmos que aquilo que tiver de ser tem uma força descomunal, pois nada
pode separar pessoas destinadas a ficar juntas, com verdade e disposição.
Gostoso mesmo é que passamos a nos contentar
com pequenos prazeres, que engrandecem nossos dias e trazem uma satisfação
imensa. A gente começa a valorizar cada detalhezinho, cada conquista, por menor
que pareça, apreciando momentos junto à família, em frente à televisão, e até
mesmo os espaços vazios, em que curtimos a nossa própria companhia, em silêncio.
Ah, que delícia essa sabedoria que o tempo traz…
Por Marcel Camargo