Do que adianta estudar e estudar, ler
apostilas e mais apostilas, se na hora da prova que é bom dá aquele branco e
não lembramos de tudo? Felizmente, podemos contar com a alimentação para ajudar
nosso cérebro a guardar as informações. Um coisa é certa Para funcionar bem, nossa
mente precisa de energia e repouso adequado. É o que afirma Simone Rocha Santos,
presidente da Associação de Nutrição do Distrito Federal (ANDF). Ela tem boas
dicas sobre quais alimentos podem ajudar na concentração, na assimilação dos
conteúdos estudados e no descanso mental.
Os alimentos citados a seguir melhoram a
função cognitiva devido aos nutrientes e fitoquímicos que reduzem a inflamação
e o estresse oxidativo - um processo normal do corpo humano. O estresse
oxidativo produz radicais livres que, em quantidades excessivas, danificam as
células e aceleram o envelhecimento.
Abaixo, além dos alimentos que os candidatos
devem acrescentar ao cardápio, a nutricionista também indica a forma mais
adequada de preparação. Bons estudos e bom apetite!
Alimentos aliados
dos estudos
Uvas roxas, suco de
uva e vinho tinto: são fontes
de resveratrol, substância (flavonoide) encontrada na casca das uvas escuras. Elas
têm características antioxidantes e anti-inflamatórias, prevenindo assim a
perda cognitiva ao longo dos anos.
Açafrão da terra (Curcuma
longa)
É um tempero muito consumido em nossa região,
ele é fonte de curcumina, outra substância com ação antioxidativa. Uma dica
para melhorar a absorção desse composto é que esteja em presença de gordura boa,
como o azeite. Também é indicado misturá-lo com um pouco de pimenta do reino. É
importante colocar o tempero ao final da preparação, de modo que ele não seja
aquecido demais e perca a sua atividade.
Chá verde (camellia
sinensis)
Nesta bebida, há moléculas que impedem
reações de oxidação no corpo. O indicado é comprar a folha seca bem embalada e
sem contato com oxigênio. É muito importante preparar o chá corretamente. Aqueça
250ml de água até o ponto pré-fervura, quando aparecem a bolinhas, e coloque
uma colher de sopa da folha e tampe por 5 a 10 minutos. Depois é só coar e
beber. Não adoce o chá com nada, pois pode diminuir a absorção do composto
bioativo, as catequinas.
Castanha do Brasil: Consuma de uma a duas
castanhas do Brasil por dia. Ela é rica em selênio, importante para a
diminuição do estresse oxidativo no cérebro.
Peixes ou suplemento de ômega-3: São
essenciais para o funcionamento do cérebro, pois é um anti-inflamatório natural,
mantém o funcionamento cerebral em ordem, afasta o risco de doenças
degenerativas e auxilia no desenvolvimento do órgão das crianças. É importante
obter a gordura boa (EPA e DHA), de origem animal, pois a de origem vegetal não
é bem aproveitada pelo organismo. Qualquer tipo de peixe pode ser consumido, além
dos suplementos alimentares, com foco nos que contém as gorduras EPA e DHA.
Ovo: Comê-lo com a gema pode melhorar a
função cognitiva, isso se deve ao fato de a gema ser rica em luteína, um
potente antioxidante. Pode ser consumido cozido, mexido, na forma de omelete ou
poché. Evite fritar em imersão com a gordura, e lembre-se, o principal
benefício esta presente na gema.
Café
Presente no dia a dia do brasileiro, o café
é indicado para a hora dos estudos, pois induz um estado de alerta, melhora a
concentração, acelera o metabolismo e dá uma energia a mais. A cafeína é quem
faz esse trabalho no corpo humano, e também pode ser encontrada no chá verde, chá
preto, chá mate, bebidas a base de cola, guaraná, cacau e chocolate.
O alerta da presidente da ANDF fica em
relação à quantidade adequada de consumo da cafeína, pois em excesso causa
agitação, irritabilidade, ansiedade, dor de cabeça, insônia, problemas
gastrointestinais e em casos extremos a perda das funções intelectuais. A
Autoridade de Segurança Alimentar da União Europeia (EFSA) publicou um estudo
em que indica a quantidade diária máxima para um adulto. O ideal é não
ultrapassar os 400 miligramas por dia, equivalente a cinco xícaras de café ou
cinco latas de bebida energética.
Outras dicas
Além desses alimentos, Simone explica que é
essencial diminuir o consumo de açúcares, gordura saturadas e gorduras trans
presentes em alimentos industrializados e ultraprocessados. “Se a pessoa não
tiver uma dieta equilibrada, não vai adiantar comer um ou outro alimento que
seja bom para o cérebro, assim não vai aumentar o foco e concentração” ressalta
a presidente da ANDF.
Uma dieta rica em frutas, verduras, grãos
integrais, azeite de oliva extra virgem, carnes magras e brancas, conhecida
como dieta mediterrânea, é uma sugestão para ter uma alimentação adequada.
Já para aqueles que não querem ou mesmo não
têm tempo para preparar as refeições, Simone indica os suplementos. Além do
ômega-3, amplamente divulgado, há também suplementos de teanina, presente no
chá verde e taurina, presente em carnes, ambos também têm propriedades
antioxidantes, e podem ser absorvidas mais rapidamente se consumidas de forma
sublingual.
Fonte JusBrasil Notícias