Empresas monitoram perfis de candidatos a emprego e
até de profissionais já contratados
Reveja seus conteúdos publicados nas redes sociais e
verifique como eles repercutem
“As
redes sociais são uma oportunidade de ouro para escrever o que se quer. Mas não
necessariamente publicar”. A avaliação é de Rodrigo Collino, parceiro da
Sociedade Brasileira de Coaching. Segundo ele, entre o momento em que surgem os
pensamentos e a decisão de torná-los públicos, o filtro do bom senso deve ser
acionado. Alguns cuidados são necessários para que os perfis individuais na
internet não virem pedras no caminho dos profissionais que buscam oportunidades
de trabalho ou já estejam empregados.
“A
internet permite esse tempo de reflexão, que uma conversa presencial não dá”,
aponta Collino.
Há
alguns dias, o brasileiro Allan Goldman foi demitido do cargo de desenhista de
uma empresa, após fazer um post relacionado ao estupro coletivo de uma jovem de
16 anos: “O que acontece se os 30 estupradores da menina alegarem que são
mulheres? Segundo a ideologia de gênero dos esquerdistas, uma pessoa é o que
sente, e sua biologia não importa”, escreveu, acrescentando: “Como a Justiça
irá julgar o caso de uma mulher que foi violentada por 30 outras mulheres?”.
O
estúdio alegou, em nota, que o artista não estava alinhado com os valores
inegociáveis da empresa. Goldman disse ter sido alvo de censura.
De
acordo com os especialistas da área, o caso não é exceção. A forma como as redes
sociais são usadas já viraram critério de seleção de conduta para empresas, em
diversos momentos. “É uma vitrine para contratação, manutenção e até escolha de
quem vai ser mandado embora”, revela a gestora de carreiras Andrea Deis. Confira
dicas:
Uso do português
– Não subestime a importância de escrever corretamente na rede. Preste atenção
e leia as publicações, ao menos, duas vezes, para evitar erros de grafia e
outros problemas. Isso pode ser muito malvisto por um recrutador ou um gestor
de sua empresa.
Cuidados
– Palavras chulas e frases com conteúdos pejorativos devem ser evitadas em
publicações na rede.
Indisposição
– Publicações que possam causar indisposição entre colegas de profissão e
chefes, mesmo que aparentemente tenham humor, não devem ser feitas.
Imagens
– Se você não quiser ser malvisto, nada de postar imagens com conteúdo sexual
ou que possam macular a imagem de alguém. Pega mal.
Críticas
– O perfil na rede social não precisa ser mil maravilhas. Mas postar apenas
críticas e reclamações também é muito ruim.
Chefe –
Por maior que seja o estresse, não fale mal do chefe na internet, se não quiser
correr o risco de perder sua vaga. Nem fale de um antigo. Da mesma forma,
durante uma entrevista de emprego, reclamar de gestores anteriores é uma
péssima atitude.
Sigilo –
O que acontece dentro da empresa deve ficar lá. Não é bom tratar de situações
internas e de pessoas.
Análise
– Se tem dúvida se seu perfil está adequado, nada melhor do que uma
autoanálise. Reveja seus conteúdos publicados e verifique como repercutem. As
pessoas que demonstram interesse no que você posta, por exemplo, são um bom
sinal de como você lida com a rede social. Se estiver em busca de um novo
trabalho, pergunte-se: essas pessoas vão ajudá-lo a chegar a um próximo
emprego? Se empregado, tente imaginar como seu gestor avaliaria as postagens:
teria um valor positivo ou negativo?
Desde cedo
– Segundo o especialista Rodrigo Collini, os adolescentes devem começar a se
preocupar com essas questões para construir perfis mais atrativos e coerentes,
de acordo com o que querem para seu futuro profissional.
Configurações
– A cada postagem no Facebook, é possível filtrar quem terá acesso a ele ou
não, clicando no ícone do globo terrestre. Há opções de “público”, “amigos” e
para algumas pessoas restritas. Mas a gestora Andreia Deis considera que a
ferramenta não é infalível e pode gerar confusões para a pessoa gerir.
Por
Ana Clara Veloso
Fonte
Extra – O Globo