Se for levar o bicho
de estimação nas férias, é necessário cuidar da burocracia e das vacinas e
conhecer as regras das companhias aéreas
A seis horas do voo,
é preciso manter o animal em jejum, para que ele não enjoe durante a viagem
Se uma viagem aérea comum demanda
organização, quando o plano inclui levar o bichinho de estimação, a quantidade
de preparativos se multiplica – e eles começam muito antes do dia do embarque.
Se você quer garantir que tudo corra bem, é importante seguir sete passos.
Dê vacina
Nenhum animal pode decolar sem tomar a
vacina antirrábica, a vacina múltipla e o vermífugo. No caso específico da
antirrábica, tenha o cuidado de escolher bem o dia de aplicar: o bichinho
precisa ter tomado a vacina mais de 30 dias – e menos de um ano – antes do voo.
Não se esqueça de levar ao aeroporto a carteirinha de vacinação do animal.
Treine com o kennel
A caixinha de transporte, conhecida com o
nome de kennel, precisa seguir uma série de especificações: deve ser de fibra
ou plástico rígido, possuir boa área de ventilação, travas seguras, ter a
capacidade de evitar qualquer risco de o animal provocar arranhões e mordidas,
chão protegido para que não haja vazamento de urina e fezes e tamanho bom o
suficiente para que o pet possa girar 360 graus sem esbarrar nas paredes.
Mas nada disso tem valor se, na hora do voo,
o animal ficar nervoso ao entrar no kennel. Para evitar o problema, nas semanas
que antecedem a viagem, deixe a caixa de transporte aberta perto do bichinho,
coloque comida para ele lá dentro e feche o equipamento com calma, tomando o
cuidado de abrir novamente assim que ele se mostrar incomodado. É uma maneira
de deixar claro para o animal que ele não precisa ficar estressado.
Resolva a burocracia
A carteirinha de vacinação é só um dos requisitos.
Para viajar com um animal, é preciso levantar vários documentos. Voos nacionais
exigem um atestado de saúde, emitido por um médico veterinário credenciado e
atuando no mesmo estado onde o animal mora. Se o destino for Fernando de
Noronha, é preciso ainda pedir uma autorização extra.
Para voos internacionais, a lista aumenta,
dependendo do país de destino – o Certificado Zoossanitário Internacional,
fornecido por um veterinário do Ministério da Agricultura, é exigência padrão.
Além disso, os europeus e os japoneses, por exemplo, só aceitam bichos que
tenham a identificação detalhada implantada na forma de chip ou tatuada atrás
da orelha. Também exigem um Laudo de Sorologia e um exame de sangue realizado
90 dias antes da viagem. Se o filhote tiver menos de três meses, nada disso
adianta. O embarque não será aceito em qualquer aeroporto do Brasil.
Reforce o orçamento
Voar com seu bichinho aumenta os custos da
viagem. As companhias aéreas costumam cobrar de R$ 90 a R$ 200 extras pelo
animal, fora as taxas por quilo a partir de determinado limite de peso. O
atestado de saúde, por exemplo, pode dar trabalho no meio das férias: ele vale
por dez dias; se o prazo entre a emissão do documento e a data do voo de volta
for maior, vai ser preciso tirar outro.
E é necessário comprar as passagens com boa
antecedência, porque as companhias costumam recusar mais do que três animais
por voo e nem sempre aceitam pets em dias mais movimentados, principalmente nos
finais de semana e feriados. Nada disso vale para cães-guia: eles têm embarque
autorizado, ocupam um assento sozinho e não pagam passagem.
Interrogue a
companhia aérea
As regras são mais ou menos as mesmas para
todas as empresas, mas os detalhes fazem muita diferença. Apesar de a maioria
aceitar que o bichinho viaje junto com o dono, com a caixinha de transporte sob
o banco, existem limitações de tamanho do kennel e de peso total, incluindo o
pet. Animais com cinco a dez quilos, dependendo da companhia, costumam ser
enviados como carga especial e precisam ser despachados novamente a cada
trecho.
Algumas raças com focinho curto e histórico
de problemas respiratórios graves não costumam ser aceitas em hipótese alguma –
é o caso do pug, do buldogue, do chow chow, do shih tzu, do pequinês e do
llhasa apso, entre os cães, e dos gatos persa, burmês e himalaio.
“Proprietários de animais que apresentem histórico de enfermidades graves como
cardiopatias, doenças respiratórias ou neurológicas devem evitar levar seus
pets em aviões”, alerta Camille Persiano, médica veterinária da rede Petz.
Além disso, em geral, apenas cães e gatos
podem viajar – o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis) concede autorizações especiais para outras espécies, como
peixes e pássaros, mas as companhias aéreas costumam recusar a carga. O mesmo
ocorre com raças de cães como fama de agressivos, como pit bulls e rotweillers.
A solução, nos dois casos, é a mesma:
procurar transportadoras especializadas exclusivamente em cargas. Elas realizam
este serviço.
Capriche na dieta
Passagem comprada, detalhes acertados,
burocracia solucionada? Agora chegou a hora de cuidar muito bem da alimentação
do animal nos dois dias que antecedem a viagem. Comece dando comida leve.
A seis horas do voo, mantenha o bichinho em jejum,
para que ele não enjoe. Se o trajeto for muito longo, dê água entre um trecho e
outro, mas com parcimônia. E não se esqueça: caso o animal esteja com você no
avião, procure monitorar sua respiração. Ele não pode se estressar demais,
porque a tensão é capaz de provocar até mesmo a morte dele. E isso considerando
que a viagem, para o bicho, começa muito antes: é preciso chegar ao aeroporto
com duas horas de antecedência, em caso de voos nacionais, ou três horas, se o
destino for outro país.
Sobre a necessidade de sedação, a
veterinária Camille Persiano explica: “A recomendação deve ser conduzida pelo
veterinário. Grande parte dos animais não precisa de sedação para viajar de
avião”.
Aproveite!
Se você se deu a todo esse trabalho, é
porque está indo para um destino que o bichinho vai adorar. Bom passeio!
Fonte
Terra Turismo