Algumas
dicas muito importantes para aumentar a concentração nos estudos e a
memorização da matéria vista em sala de aula. Todos sabem que a capacidade de
se concentrar e de memorizar conteúdos faz toda a diferença no desempenho em concurso.
Para vocês entrarem no grupo das pessoas dotadas de tal capacidade, precisam
primeiro entender o funcionamento dessa “máquina” maravilhosa que controla toda
a nossa área cognitiva: o cérebro.
Em
geral, conhecemos muito pouco sobre nosso cérebro. Por exemplo, sabiam que ele
representa 2% do peso do corpo e consome 20% das calorias que o organismo gasta
diariamente? Vocês faziam ideia de que ele é constituído de 78% de água? Aliás,
essa é uma das razões por que precisamos beber grande quantidade do líquido ao
longo do dia. Se uma pessoa ficar sem consumir o que os antigos chamavam de
“precioso líquido” por 3 a 5 dias, entra em choque e morre. Surpresos? Pois eis
aí a primeira dica, para que vocês aproveitem ao máximo a capacidade de acessar
os conhecimentos adquiridos e de processá-los devidamente: bebam bastante água;
hidratem-se!
A
segunda lição é a seguinte: o nosso cérebro aprende com repetição. A memória,
se for treinada, se desenvolve; se for esquecida, atrofia. Como isso funciona?
Explico. Segundo os pesquisadores do cérebro, está cientificamente comprovado
que 5% da nossa memória residem no consciente e 95% dela estão no
subconsciente. Quando a pessoa recebe informações, é nesses 5% que elas são
processadas. Mas é à noite que a nossa mente faz o “download”, ou seja: pega o
que é importante, joga na memória de médio e longo prazo – que está na região
do córtex cerebral – e descarta o que não tem importância.
Não
à toa, que é tão comum professores e psicólogos recomendarem que o aluno,
depois de assistir a uma aula ou após ler algum material, faça imediatamente um
resumo ou um mapa desse conteúdo e o revise antes de se passarem 24 horas. Seguindo
esses passos, o estudante favorece o registro do conhecimento na memória de
longo prazo. Assim, no chamado “Dia D” – o dia da prova –, ele pode buscar
essas informações lá no fundo desse “baú” que está dentro de sua cabeça.
É
por causa dessa atividade do cérebro que o educador búlgaro Georgi Lozanov,
criador da Sugestopedia na década de 1960, falava que, antes de a pessoa entrar
numa rotina intelectual, de estudos ou de leitura, tem de preparar o cérebro.
Mas como fazer isso? Aí vai outra dica. Feche os olhos, controle a respiração
por 5 a 10 minutos e ouça música barroca, que tem de 60 a 70 ciclos por minuto,
para entrar em “estado alfa”. Esse estado de vigília e relaxamento é propício
ao aprendizado. Lozanov demonstrou que, aplicando essa simples técnica, é
possível melhorar o aprendizado em até 70%. O educador garantia que, ao adotar
essa e outras técnicas da sugestopedia, uma pessoa é capaz de aprender 1,2 mil
palavras de um novo idioma por dia. Note que grandes escolas que ensinam o
idioma inglês prometem a assimilação de apenas 200 palavras por dia pelos seus
métodos.
Nesse
contexto, vou ensinar 2 exercícios que podem ser de grande utilidade para quem
que está na estrada dos concursos e sente alguma dificuldade no aprendizado,
sobretudo por não conseguir guardar na memória de longo prazo as informações
das aulas ou das leituras. Essa é uma angústia que sempre me relatam nas
palestras que apresento ou por e-mails, em geral enviados pelos concurseiros de
plantão, apreensivos em razão da grande quantidade de conteúdo que precisam
reter até o dia da prova.
Uma
das técnicas para memorizar o conteúdo com mais facilidade é a seguinte: feche
os olhos e, sempre controlando a respiração, imagine, do lado esquerdo, números
e, do lado direito, letras. Simples, assim: 1, 2, 3, 4, 5... A, B, C, D, E. A
técnica consiste em associar números e letras – 1A, 2B, 3C, 4D, 5E – até o
número chegar ao final do alfabeto – número 26 e a letra Z. Esse exercício deve
ser feito todos os dias. Logo você percebe como aumentou o seu poder de
concentração. E em pouco tempo a técnica terá se tornado tão fácil e agradável,
que você poderá até inverter a ordem dos fatores, que, como se sabe, não altera
o produto: do lado esquerdo letras, do lado direito números. O importante é que
o resultado final será sempre o mesmo: o aumento do poder de concentração e
mais rapidez para buscar as informações arquivadas no córtex cerebral. Sem
contar o aumento da capacidade de associar informações.
Outro
exercício bastante útil: sente-se confortavelmente e, também de olhos fechados,
inicie uma contagem regressiva, de 100 a 1. Não pode errar, sob pena de ter de
recomeçar a contagem. Repita o exercício várias vezes ao dia, durante 5 dias,
contando da seguinte forma: de 100 a 1, de 50 a 1, de 25 a 1, de 10 a 1 de 5 a
1.
Quero
deixar claro que esses exercícios não foram inventados por mim. Não sou eu que
estou falando, mas a ciência. Trata-se do resultado de pesquisas científicas
realizadas por estudiosos. Os benefícios dessas técnicas ficaram comprovados em
testes realizados em laboratório com “cobaias” humanas. As conclusões foram
relatadas em congressos e publicadas em artigos de revistas especializadas
mundo afora.
Essas
pesquisas consolidam minha opinião de que a pessoa que pretende passar em concurso
público não pode estudar de forma desorganizada, sem planejamento, nem que
tenha todo o tempo do mundo. Se o candidato não estiver preocupado com fatores
como concentração, relaxamento, técnica, organização, oxigenação do cérebro,
alimentação, sono, hidratação, não vai conseguir reter todas as informações de
que precisa nem, no “Dia D”, se lembrar de todas elas.
Por
fim, uma dica para combater um mal de que os concurseiros tanto se queixam: o
famoso “branco” na hora da prova, aquela desagradável constatação de que não
consegue resgatar do fundo da memória as informações que aprendeu. Existe uma
técnica bem simples para evitar o problema. Sugira ao seu cérebro: “Eu não me
lembro agora, mas vou me lembrar em alguns segundos.” Ao receber essa “sugestão”,
o cérebro trabalha para buscar a informação que a pessoa quer. Logo vem à mente
o nome, a frase ou o dado que fora esquecido temporariamente, devido à tensão
da prova.
Tudo
isso, me traz à memória – olha aí o cérebro resgatando a memória de longo prazo
– um pensamento de Confúcio, o sábio chinês que nos deixou um legado
maravilhoso de lições de vida: “O que ouvimos, esquecemos; o que vemos,
lembramos; e o que fazemos, aprendemos.” Em outras palavras: ouço, esqueço;
vejo, entendo; faço, aprendo. Isso significa que fazemos bem aquilo que
praticamos, que treinamos. Ou, como dizia Aristóteles, na Grécia antiga: “A
excelência não é um feito, mas é um hábito."
Então,
o segredo para a aprovação é treinar, treinar, treinar. Quando cansarem,
continuem treinando.
Fonte
www.qualconcurso.com.br