Recurso deve ser utilizado com cautela para preservar
o caixa do condomínio
Cuidar
de um condomínio não implica somente em manter a engrenagem funcionando, com
todos os assuntos em dia: é preciso também planejar o futuro e estar preparado
para as adversidades. Para isso, o condomínio pode contar com o fundo de
reserva. Com esse recurso em caixa, como o próprio nome indica, é possível
programar obras e melhorias, cobrir o pagamento de despesas imprevistas e
emergenciais, além de honrar eventuais custos de valor alto, aliviando a taxa
rateada entre os condôminos mensalmente.
O
síndico André de Souza Rafael, que atua na gestão do condomínio Somerville, no
bairro Centro, em Criciúma, investe na poupança o valor mensal angariado para o
fundo de reserva. “Além da conta corrente para os gastos mensais rotineiros,
temos um valor fixo para essa arrecadação, que vai para uma conta de
investimento”, afirma. Síndico há três anos do prédio que possui 70
apartamentos, Rafael lembra que, quando necessário, faz uso dessa verba para
melhorias no edifício. “Agora, por exemplo, já temos previsão para usar o
recurso, mas pretendemos retirar apenas entre 50% e 70% do que já está
guardado, garantindo ainda um determinado valor em caixa”, destaca.
O
síndico do Somverville está certo ao tomar esta precaução. Segundo o economista
e professor da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) Alcides Goularti
Filho, o uso do fundo de reserva deve ser planejado, para não esgotá-lo
repentinamente. “É importante usar apenas uma porcentagem, não usar todo o cofre”,
ressalta o economista.
Planejamento
A
lógica de ter esse capital para investir funciona, basicamente, da mesma forma
que uma reserva financeira planejada para uma família ou uma empresa, segundo
explica o economista. Com dinheiro em caixa, é possível até ter certo poder de
barganha: o síndico pode optar por pagar à vista fornecedores de produtos e
serviços, por exemplo, e garantir descontos consideráveis.
Outra
dica dada por Goularti Filho é procurar um investimento financeiro seguro,
sendo a poupança tradicionalmente o mais utilizado. O economista indica que
também é possível buscar outras alternativas, como fazer um investimento de
renda fixa. No entanto, como o dinheiro pode ser sacado em momentos
emergenciais, é fundamental avaliar as características de cada aplicação. “O
síndico deve conhecer o tipo de investimento que pretende utilizar e escolher o
que melhor contemple seus objetivos”, lembra.
Sobre
a implantação de outros fundos, como por exemplo, a criação de fundos de obras
(para infraestrutura e compras diversas), o economista afirma que o fundo de
reserva pode ter também essa função, e simplificar a quantidade de contas
facilita a sua administração. “O importante é que o fundo não fique parado, sem
rendimentos. O síndico pode e deve utilizar este recurso para investir no
próprio imóvel, valorizando-o”, completa.
Por
Bernardo César Coura
Fonte
Condominiossc