Data chega acompanhada de pico na compra de
presentes e exige um olhar atento para as escolhas de consumo. Preocupação com
segurança, informação, publicidade e educação fazem a diferença na hora da
compra
Comprar presentes para crianças pode parecer
uma tarefa fácil, mas exige cuidados e critérios na escolha do produto. Levar
em conta o preço ou o pedido das crianças é a maior preocupação de muitos para
o dia, mas não podemos esquecer que brinquedos, aparelhos eletrônicos ou
alimentos que os mais novos ganham nessas datas são produtos como outros
quaisquer: podem ser perigosos, apresentar defeitos ou virem sem informações de
uso ou cuidados específicos, como ocorre com muitos produtos piratas ou de
segunda mão.
Observar informações do fabricante, indicação
sobre faixa etária e certificação do Inmetro são alguns dos requisitos básicos
para não se arrepender depois - e se houver arrependimento, não se esqueça de
ter a nota fiscal em mãos e evitar a compra de produtos sem indicação do SAC (Serviço
de Atendimento ao Consumidor), manual de instruções ou informações mais
detalhadas. É bom lembrar que o direito de arrependimento, isto é, de devolução
do produto sem precisar justificar só vale para compras feitas à distância (internet,
telefone, catálogo). Assim, um comerciante não é obrigado a trocar nenhum
brinquedo, caso não haja defeito. Isso depende de sua vontade.
Ter atenção com produtos que possam ser tóxicos,
inseguros ou até mesmo perigosos continua sendo a melhor forma de proteger os
pequenos de danos indesejáveis. Por isso, se informar e observar as características
do produto é fundamental, mesmo para itens reconhecidos no mercado: peças
pequenas, soltas, cortantes ou pontiagudas podem causar problemas, serem
ingeridas ou até inaladas; produtos pintados podem ser tóxicos ou soltar tinta
se entrarem em contato com água, por exemplo. Ler o manual de instruções do
produto e, no caso de alimentos, atentar para sua composição, são medidas
importantes para garantir que o presente não se transforme em dor de cabeça
depois.
Os cuidados não se limitam à hora da compra:
observar o primeiro contato da criança com o brinquedo, e inclusive abrir a
embalagem -- que por vezes pode ferir a criança --, são tarefas nas quais os
adultos devem se envolver. Se houver crianças de idades variadas na casa, essa
observação é mais importante ainda, pois nem sempre o que é adequado a uma
idade o será para os mais pequeninos.
E caso presencie um acidente de consumo (com
o brinquedo ou mesmo com a embalagem), não deixe de comunicá-lo às autoridades.
Existe um formulário específico para isso na página do Inmetro - http://www.inmetro.gov.br/consumidor/formulario_acidente.asp.
Caso a propaganda de um produto ou brinquedo
for enganosa ou abusiva, por exemplo, saiba que ela fere os direitos fundamentais
do consumidor. Nesse caso, existem maneiras previstas em lei para contornar o
problema. Vale lembrar que este ano foi aprovada a proibição de veiculação de
publicidade voltada para crianças, como forma de proteger este público e também
os pais do excesso de apelos de consumo em uma faixa etária facilmente
sugestionável. O Idec foi uma das entidades que acompanhou o processo de criação
da Lei - http://www.idec.org.br/em-acao/em-foco/conanda-aprova-resoluco-que-proibe-a-publicidade-direcionada-a-criancas.
Saiba mais sobre propaganda enganosa: http://www.idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/saiba-o-que-fazer-diante-de-propagandas-enganosas.
Além destas precauções, pais e familiares
devem refletir sobre aquilo que estão comprando e se estão cedendo
exclusivamente a pressões dos filhos ou de apelos publicitários. Considere se
comprar um presente ou determinado item é a única opção para comemorar a data e
opte por um consumo mais equilibrado e consciente sempre que possível. Diversos
coletivos e entidades, como o Instituto Alana, por exemplo, apontam outros
caminhos possíveis para a celebração da infância sem ter o consumo como apelo
principal, como através de atividades lúdicas, passeios e feiras de trocas de brinquedos
como as que o instituto promove regularmente em todo Brasil. Um exemplo de ação
educativa que pode auxiliar as crianças na formação de valores para além do
consumo em si.
Fonte Idec