Deixar vida no
piloto-automático não é sinônimo de segurança. Desafiar-se diariamente pode
revelar o verdadeiro potencial de cada um. Especialistas ensinam como fazer
isso
Estar na zona de conforto pode ser atraente
pelo nome. Mas tal status pode gerar a angústia de uma vida improdutiva e
desgaste nos campos profissionais e pessoais do acomodado. A ideia de dedicar
um tempo para viver em segurança e sem grandes emoções parece inofensivo, mas
colocar a vida no piloto-automático pode ser perigoso a longo prazo.
Sensação de que a vida está paralisada, monótona
e com momentos de angústia são os principais sintomas dos acomodados. Segundo a
psicóloga e palestrante Meiry Kamia, pesquisas mostram que vencer um desafio
traz realização e deixar de superá-los pode afastar a felicidade.
“Muitos acham que vivem um período de
segurança e que estão isentos da realidade e possíveis frustrações, mas é uma
ilusão”, diz ela.
Ter uma vida ativa e espontânea pode ser o
remédio para fugir do comodismo. O segredo, garante a coach comportamental
Fabiana Koch, é encontrar o equilíbrio entre a rotina e espontaneidade.
“Nosso cérebro quer segurança e, por isso,
entramos na rotina. Mas precisamos inserir coisas diferentes na nossa vida”.
Leia a seguir as dicas de especialistas para
sair do piloto-automático:
1. Reconhecer que
está na zona de conforto
Você se identificou com o que foi descrito
na reportagem? Busque fugir do período de improdutividade. Muitos pensam que o
comodismo evita novos medos e frustrações. No entanto, o melhor caminho para se
proteger é restaurar a autoestima e autoconfiança. Em casos mais extremos,
quando há indícios de depressão, o melhor é buscar ajuda profissional.
“Sair da zona de conforto implica conhecer a
própria potencialidade. E abandonar a rotina: como, bebo e durmo, logo existo”,
garante o analista comportamental Getúlio Chaves.
2. Elimine a
procrastinação
Após assumir o problema, trate de eliminar
pensamentos que justifiquem a procrastinação, como “Estou muito cansada”, “Faço
amanhã, hoje estou com sono” e “Não vou dar o meu melhor porque mereço
descansar”. Meiry explica que é comum buscar justificativas racionais para
explicar o medo. “É triste perceber que a pessoa apenas trabalha para pagar as
contas. Você pode e deve fazer mais”, orienta a psicóloga.
3. Use o passado ao
seu favor
O passado pode ser uma grande referência na
hora de provocar mudanças de comportamento. Relembrar momentos em que teve “frio
na barriga”, pode ajudar no processo de reconstrução da própria imagem. “Isso nós
tivemos desde a infância. Procure pensar no primeiro emprego e sua capacidade
para consegui-lo”, explica Fabiana. Para completar o exercício pense ainda nos
benefícios que teve com as situações em que foi corajosa.
4. Enfrente pequenos
novos desafios
Um novo esporte, estilo musical ou até apostar
num curso de idiomas. Especialistas acreditam que ao aplicar energia em uma ação
nova, você poderá ganhar visibilidade no ambiente de trabalho, aumentar a
sociabilidade, e conquistar a autoconfiança. Acostume o corpo a agir mais rápido
diante de pequenas atividades, aceite convites para tomar um café, por exemplo.
5. Mude o visual
Experimentar um novo corte de cabelo ou até uma
nova cor pode provocar mudanças expressivas. Pontos a mais na autoestima vão
agir diretamente na autoconfiança e relações interpessoais. Fabiana diz que,
fazendo isso, a mulher pode se sentir encorajada. “Crie metas menores para ajudá-la
a chegar ainda mais longe”. Aprenda: Mude de look todos os dias.
6. Se arrisque
Cada pessoa conhece o medo que precisa
enfrentar. “Ir ao cinema sozinho pode ser um pesadelo para alguns. O importante
é ter disciplina e lembrar que firmou um compromisso consigo”, orienta Meiry. Vale
aproveitar cada oportunidade para fazer coisas diferentes, como escolher um
novo prato no restaurante, falar com estranhos e até enfrentar uma viagem
sozinha. Leia mais: 12 passos para criar coragem.
7. Faça novos amigos
Ainda dentro da proposta de expandir os círculos
sociais, o próximo passo é enfrentar sozinha festas e eventos sociais. O começo
pode ser assustador, mas leve cartões de visita na bolsa e distribua. “Uma
oportunidade para adicionar novas pessoas no seu dia a dia e ouvir novos
discursos”, conclui Fabiana. Leia mais: Saiba como e onde conhecer pessoas.
Por Carolina Garcia
Fonte iG Comportamento