Motivos não faltam
para criarmos novas conexões e mantermos as antigas sempre nutridas
Por mais incrível que possa parecer nos dias
de hoje em que tudo muda tão rapidamente, uma música lançada em 1985 ainda é sucesso
quase 30 anos depois. Basta dar uma busca rápida na web para que pipoquem
aproximadamente mais de três milhões de remissões para a canção That's what
friend's are for que, em tradução literal, significa para que servem os amigos.
Um tanto mais atrás, mas com números respeitosos, quase um milhão de referências,
vem Canção da América, composta por Milton Nascimento e que começa com o
seguinte verso: amigo é coisa prá se guardar, debaixo de sete chaves, dentro do
coração...
Pois é, algo que sabemos fazer bem
intuitivamente, vem intrigando pesquisadores do mundo todo. Tanto que não param
de surgir pesquisas relacionadas à importância da amizade, principalmente para
a turma dos 50+. A grande descoberta traz luz à receita da longevidade nota 10:
além da prática de exercícios físicos regulares e de uma alimentação
equilibrada, manter e criar novas amizades é um santo remédio para manter a saúde
tinindo. O melhor é que não custa nada e não tem efeito colateral. Pelo contrário.
Entre os benefícios apontados pelos
pesquisadores estão a diminuição da pressão arterial e de sintomas relacionados
à perda de massa óssea e às doenças do coração, só para citar alguns exemplos. E
não é só. No ano passado, renomados pesquisadores da Universidade de Harvard,
nos Estados Unidos, concluíram que fortes laços de amizade também são capazes
de deixar as funções cerebrais mais azeitadas Some-se ao fato um detalhe bem
importante e que não pode ser deixado de lado em qualquer tempo: relacionar-se
com pessoas diferentes enriquece nossos conhecimentos, muda nossos pontos de
vistas e trabalha as habilidades de pensar, ouvir e argumentar. Tudo de bom.
Se na teoria a coisa é bem clara, às vezes,
na prática não é tanto assim. Afinal, dependendo da etapa de vida, teremos
expectativas distintas em relação ao círculo de amizades. 'Quando somos
adolescentes, o grupo ocupa um espaço muito maior. Com a chegada da maturidade
e das obrigações impostas pelo trabalho e pelo casamento, há uma diminuição da
interação social pela falta de tempo, fazendo com que as pessoas se tornem cada
vez mais seletivas para se abrir para outras pessoas ' , explica a psicanalista
Sylvia Loeb, de São Paulo. 'Se optarmos por esse caminho, não usufruiremos dos
benefícios que os amigos, sejam eles novos ou antigos, podem trazer.'
Porém, uma coisa é preciso ficar clara: solidão
não faz mal nenhum a ninguém e, na medida certa, é bem gostosa. 'Tudo é uma
questão de como se vive esses momentos de isolamento', acrescenta a
psicanalista.
Mas, o que fazer se você estiver
enferrujando e precisando abrir espaço para novos relacionamentos? A resposta é
simples e exige uma boa dose de disposição: é preciso sair da toca e se
entrosar com as pessoas ao redor. Seja retomando amizades, frequentando cursos,
grupos de estudos, viajando, acessando as redes sociais....Claro, que a tarefa é
mais difícil se você estiver sem prática mas nada que não se resolva com
algumas sugestões estratégicas:
1. Saia da rotina
Nessa fase de abertura para o mundo, todos os
contatos podem ser interessantes seja na academia, num curso de arte, numa aula
de dança ou até num grupo de trabalho voluntário aliado com seus interesses. É só
uma questão de começar.
2. Devagar se chega
lá
Vá com calma e nada de ansiedade. Lembre-se
que os laços levam um tempo para ser construídos e, muitas vezes, nem todo
mundo está com a mesma intenção que você.
3. Experimente algo
completamente novo
Vale entrar num clube de leitura, participar
de um grupo de jardinagem, aprender a dançar salsa ou entrar numa turma de
ciclistas. Nessa altura da vida, você já se livrou de muitos preconceitos e
pode ampliar seus horizontes e paixões de maneiras até então impensadas.
4. Transforme o
amigo virtual em real
Em tempos de redes sociais sempre é possível
esbarrar em gente interessante (ou não, claro). Mas, tente separar o joio do
trigo e ver se há alguém que possa valer um café no final da tarde. Por que não?
5. Arrisque-se
Talvez você tenha passado muito tempo vivendo
e convivendo com gente com gostos muito semelhantes. O que por um lado é cômodo,
por outro, pode levar a uma certa acomodação. Que tal aproveitar o embalo para
conhecer pessoas que pensem diferente de você?
6. Peça ajuda, se
for o caso
Se você estiver achando a jornada rumo ao
novo difícil, tudo bem. Não desista. Chame uma amiga ou amigo para fazer
companhia. Fica mais fácil, pode acreditar!
Fonte MSN Estilo