Segundo especialistas, casos de complicações
causadas por lentes se tornaram comuns devido ao abuso do tempo de permanência
com elas e à falta de cuidados dos usuários.
Em contato com os olhos, os acessórios têm água,
umidade e material orgânico disponíveis para virar um meio de cultura para
fungos, bactérias e também a ameba Acanthamoeba keratitis, que se alojou no
globo ocular da taiwanesa.
— Usando corretamente, o risco é praticamente
zero. Mas se a pessoa não limpa as lentes como deveria ou não faz a troca após
a perda de validade, elas começam a reter um agregado de partículas e perdem a
mobilidade. Com isso, passa a não haver oxigenação suficiente na parte da
frente do olho, o que pode danificar a córnea — explica o oftalmologista Aldo
Barcia, diretor médico da Clínica de Olhos São Francisco de Assis.
Pessoas com olhos secos são mais propensas a
ter essa redução na oxigenação, o que as torna ainda mais vulneráveis a infecções.
Dependendo da gravidade do problema, pode ser preciso um transplante de córnea.
Por isso, a recomendação é que de, ao menor sinal de desconforto, o usuário de
lentes de contato suspenda o uso e procure logo o médico.
— Quem usa lente tem baixa sensibilidade na
córnea. Então, quando a dor surge, a situação já está mais séria do que parece —
diz Barcia.
De acordo com o oftalmologista Leôncio
Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, quanto mais cedo o tratamento for
iniciado, menores são os riscos de sequelas. Além disso, ele alerta para a
obrigatoriedade de consultar um especialista ao optar pelo uso de lentes de
grau ou coloridas. Só um médico está apto a indicar o melhor tipo do produto (gelatinosas,
rígidas ou semirrígidas) para cada paciente, de acordo com resultado de exames
capazes de medir a curvatura da córnea e detectar o astigmatismo.
Por Camilla Muniz
Fonte Extra – O Globo Online