Sua caixinha de comprimidos está recheada de
vitaminas, nutracêuticos e outros suplementos. Mas qual a maneira – e a hora – ideal
de tomar cada um? Claudia Miranda investiga.
É raro encontrar hoje alguém que não tenha
incorporado ao menos uma cápsula de vitamina ou nutracêutico na rotina – com a
vida corrida, é quase impossível alimentar-se suficientemente bem para obter
todos os nutrientes que o corpo precisa para funcionar. O que muita gente não
sabe é que tem hora certa e maneira adequada para tomar os suplementos, de
forma que sejam melhores aproveitados pelo organismo.
Ferro e vitamina C, por exemplo, devem ser
ingeridos juntos, já que um potencializa o efeito do outro. Fibras atrapalham a
absorção da maioria das vitaminas, então coma seu cereal ou pãozinho integral
bem antes ou bem depois de ingerir as pílulas. Já as lipossolúveis como A, D, E
e K, que precisam de gordura para serem melhor absorvidas, devem ser consumidas
não no café da manhã (a menos que você ame ovo e manteiga), mas sim no almoço,
refeição mais substancial do dia. Vitamina C e as do Complexo B, solúveis
apenas em água, duram poucas horas na corrente sanguínea.
“É melhor dividir a sua necessidade diária
em pequenas doses, tomando-as a cada três horas”, ensina Gabriella Pereira,
nutricionista funcional da academia paulistana Settcoaching. Ou seja, melhor três
comprimidos de 500 mg do que uma de 2.000 mg!
Ferro e cálcio não combinam (um tem pH
alcalino, o outro, ácido), portanto consuma-os em horários diferentes – deixe
para tomar o cálcio antes de dormir: além de ser melhor absorvido à noite, ele
deve ser ingerido longe das refeições, pois precisa de um ambiente ácido no estômago
para ser assimilado. Se quiser associá-lo a outro elemento, escolha o magnésio,
que potencializa seu efeito. Já o ômega 3 pode competir com outros suplementos,
atrapalhando sua absorção, então é melhor ser ingerido sozinho.
E os multivitamínicos, como ficam nesse
cronograma? Deixe para tomar em alguma refeição, de preferência que não
contenha fibras – mas é preciso tomar cuidados, pois alguns possuem fórmulas
com vitaminas incompatíveis em que uma anula o efeito da outra. Para
incrementar a caixinha de pílulas, há ainda os nutracêuticos, com funções estéticas:
melhorar a qualidade da pele, do cabelo, e das unhas, estimular a eliminação de
toxinas, reduzir a retenção de líquido e por aí vai. Compostos em sua maioria
por antioxidantes, aminoácidos e minerais, devem ser ingeridos com água antes
da refeição.
Mas o principal mesmo é checar, através de
um exame de sangue, as necessidades reais do seu organismo – se passar do
limite, seguindo o raciocínio “quanto mais, melhor”, o corpo não consegue
aproveitar os benefícios, além de sobrecarregar fígado e pâncreas. “E, se tomar
uma dosagem menor do que precisa, o resultado será praticamente nulo”, diz a
endocrinologista Claudia Cozer, coordenadora do Núcleo Avançado de Obesidade e
Transtornos Alimentares do Hospital Sírio-Libanês.
Algumas deficiências são recorrentes: “Muitos
pacientes chegam cansados, reclamando de falta de energia. Normalmente, isso é carência
da vitamina B12, que auxilia na absorção do ferro, importantíssimo para a formação
e firmeza dos músculos”, diz, lembrando que os benefícios só aparecem depois de
dois meses de suplementação. Já mulheres que menstruam tendem a sofrer uma carência
de ferro. “Repor o mineral com a vitamina C não só favorece a absorção do ferro,
como melhora a imunidade e a disposição”, afirma a médica homeopata Márcia
Jablonka Kelman, da Clínica Biodiet, em São Paulo. Segundo ela, a maioria dos
adultos tem ainda carência de cálcio, zinco e vitaminas C e D.
Fonte Vogue Brasil