Partindo de orientações do novo Guia
Alimentar para a População Brasileira do Ministério da Saúde, que recebeu
contribuições até o dia 07 de maio para sua versão 2014, o Idec utilizou os dez
passos para uma alimentação saudável para apresentar ferramentas que os
consumidores podem utilizar para melhorar sua alimentação e fazer escolhas mais
sustentáveis e saudáveis. Essa ainda não é a versão final dos dez passos, mas
as dicas já podem ser colocadas em prática.
1. Fazer de alimentos a base da alimentação
Alimentos devem ser a base de sua alimentação.
Alimentos são essencialmente partes comestíveis de plantas ou de animais não
processados (in natura) ou minimamente processados (congelados, picados,
descascados etc). Alimentos em grande variedade e predominantemente de origem
vegetal são uma base excelente para uma alimentação equilibrada e saborosa. Variedade
significa alimentos de todos os tipos - grãos, raízes, tubérculos, legumes,
verduras, frutas, castanhas, leite, ovos e carnes - e variedade dentro de cada
tipo - feijão, arroz, milho, batata, mandioca, tomate, abóbora, laranja,
banana, frango, peixes etc.
2. Usar óleos,
gorduras, sal e açúcar com moderação
Óleos, gorduras, sal e açúcar são produtos
alimentícios que devem ser usados com moderação para temperar e cozinhar
alimentos e para convertê-los em preparações culinárias variadas e saborosas. Desde que utilizados com moderação, óleos,
gorduras, sal e açúcar contribuem para diversificar e tornar mais saborosa a
alimentação sem comprometer o seu valor nutricional.
Lembrando que nós brasileiros consumimos sal
(e sódio, que está na composição do sal) e açúcar em grande quantidade.Veja aqui as dicas do
Idec sobre o consumo de sódio:
3. Limitar o uso de
produtos processados e evitar o consumo de produtos ultraprocessados
Os
produtos processados, como pães e queijos feitos de modo artesanal,
podem fazer parte de uma alimentação saudável quando, em pequenas quantidades,
complementam e não substituem alimentos. Já os produtos ultraprocessados, como pães
de forma, pães doces, biscoitos recheados, guloseimas, ‘salgadinhos’,
refrigerantes, bebidas adoçadas em geral, sopa e macarrão ‘instantâneos’, ‘tempero
pronto’, embutidos, produtos prontos para aquecer, devem ser evitados ou
consumidos apenas ocasionalmente.
Recentemente o Idec produziu um vídeo
contando a verdade sobre o que tem nos sucos de caixinha, veja aqui.
4. Comer com
regularidade e com atenção e em ambientes apropriados
Procure fazer suas refeições em horários
semelhantes todos os dias e evite comer nos intervalos entre as refeições. Coma
sempre devagar e desfrute o que está comendo, sem se envolver em outra
atividade. Procure comer em locais limpos e onde você se sinta confortável e
evite ambientes ruidosos ou estressantes. Evite também comer em ambientes onde
há estímulo para o consumo de quantidades ilimitadas de alimentos.
5. Comer em
companhia
Sempre que possível, prefira comer em
companhia, com familiares, amigos ou colegas de trabalho ou escola. A companhia
favorece o comer com regularidade e atenção, combina com ambientes apropriados
e amplia o desfrute da alimentação.
Comer em companhia pode ser em casa mesmo ou
em algum restaurante. Se escolher a segunda opção, não esqueça de apresentar o
Menu Desafio Cresça para o restaurante onde você for. O Menu Desafio Cresça é um
passo a passo de como chefs de cozinha pode se aproximar dos produtores de
alimentos e de uma culinária sustentável.
6. Faça compras de
alimentos em locais que ofertem variedades de alimentos frescos e evite aqueles
que só vendem produtos processados e ultraprocessados
Em supermercados e outros estabelecimentos
onde você encontra todos os tipos de alimentos e produtos, utilize uma lista de
compras para não comprar mais do que você precisa. Fuja das ofertas que
oferecem embalagens gigantes de produtos ultraprocessados ou que distribuam
brindes para crianças. Faça ao menos parte de suas compras em mercados, feiras
livres, “sacolões” ou “varejões”, dando preferência a alimentos frescos que estão
na safra e a produtores locais.
Os consumidores podem, por exemplo, buscar
uma feira orgânica no Mapa de Feiras do Idec. Certeza de alimentos frescos e
livres de veneno.
7. Desenvolva,
exercite e partilhe habilidades culinárias
Se você tem habilidades culinárias, procure
desenvolvê-las e partilhá-las, principalmente com crianças e jovens, sem distinção
de gênero. Se você não tem habilidades culinárias - e isso vale para homens e
mulheres - procure adquiri-las. Para isso converse com as pessoas que sabem
cozinhar, peça receitas a familiares, amigos e colegas, leia livros, consulte a
internet, eventualmente faça cursos e ... comece a cozinhar! Consulte o “Livro
de Receitas” do Desafio Cresça:
8. Planeje o uso do
tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece
Planeje as compras de alimentos, organize a
despensa doméstica e defina com antecedência o cardápio da semana. Divida com
os membros de sua família a responsabilidade por todas as atividades domésticas
relacionadas ao preparo de refeições. Faça da preparação de refeições e do ato
de comer momentos privilegiados de convivência e prazer. Reavalie como você tem
usado o seu tempo e identifique quais atividades poderiam ceder espaço para a
alimentação.
Uma forma de se organizar na cozinha é conhecendo
o Desafio Cresça, promovido pela ong internacional Oxfam. Conheça aqui entre os
cinco níveis do desafio em qual você pode começar.
9. Dê preferência,
quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora e evitar
redes de fast food
No dia a dia, procure locais que servem ‘comida
caseira’ e a preço justo. Restaurantes que oferecem comida vendida por peso e “pratos
feitos” podem ser boas opções assim como refeitórios que servem ‘comida caseira’
em escolas ou no local de trabalho. De vez em quando, se puder, vá a
restaurantes que servem pratos mais elaborados da culinária brasileira ou
pratos da cozinha de outros países.
Mas não se esqueça de evitar o desperdício
de alimentos. Pensando nisso o Instituto Alana criou o projeto Satisfeito, onde
os consumidores pagam pelo prato completo e recebem 2\3 dele. O dinheiro do 1\3
não entregue é doado para instituições que trabalham com alimentação de crianças
carentes.
10. Seja crítico
quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em
propagandas comerciais
Lembre-se de que a função essencial da
publicidade é aumentar a venda de produtos e não informar e, menos ainda,
educar as pessoas. Avalie com crítica o que você lê, vê e ouve sobre alimentação
em propagandas comerciais e estimule outras pessoas, particularmente crianças e
jovens, a fazerem o mesmo.
Fonte Idec