recomendam atenção com instituições não
credenciadas e com a ilusão de facilidade
Com
o crescimento do ensino à distância (EAD) no Brasil, pipocam instituições que
oferecem pós-graduação virtual. Diante da oferta crescente, como fazer para
saber se o curso escolhido tem qualidade e evitar ciladas como formação
discutível ou diplomas não reconhecidos?
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É preciso verificar quem é o certificador do curso, se o corpo docente é da
instituição, se o ato do Ministério está no prazo de validade, qual a matriz
curricular do curso, o ambiente virtual usado, o tipo de assistência pedagógica
oferecida, onde e como ocorrem as avaliações, quantos tutores e professores
acompanham os estudantes — resume Cleunice Rehem, coordenadora geral de
Regulação da Educação Superior à Distância do MEC.
Promessa X entrega
O
primeiro passo, então, é checar se a instituição é credenciada pelo MEC na
modalidade EAD (a consulta pode ser feita no http://emec.mec.gov.br).
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Fazer um curso e não ter um certificado reconhecido no final é perda de tempo —
alerta Arlindo Cardarett Vianna, reitor da Universidade Veiga de Almeida (UVA),
que tem dez cursos de pós à distância. Outro ponto que costuma ser crucial é a
relação de promessa x entrega dos cursos à distância: na teoria, garantem
acompanhamento individualizado, professores sempre disponíveis e sistemas de
fácil uso. Mas, no dia a dia, pode ser diferente. Para se precaver contra esse
tipo de cilada, uma dica é buscar informação com quem já fez o curso — as redes
sociais facilitam o contato.
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Procurar a opinião de quem já estudou na instituição pode ser muito útil —
recomenda Stavros Xanthopoylos, vice-diretor do Instituto de Desenvolvimento
Educacional da Fundação Getúlio Vargas, que tem 14 pós virtuais, acentuando que
os interessados devem verificar os métodos de tutoria e os recursos utilizados.
— Pois é comum, no caso da tutoria, prometerem um tempo determinado de resposta
que não é cumprido, o que compromete o êxito do aluno.
Checar
a formação do corpo docente é outra recomendação, alerta Gabriel Elmor, diretor
da FTEC Politécnica Virtual, que tem duas pós virtuais.
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Vale apurar se a formação foi feita em instituições idôneas. E comprovar dados,
via redes sociais e site do MEC.
Cardarett
Vianna, da UVA, lembra que, pela legislação, é preciso que ao menos metade do
corpo docente tenha título de mestre ou doutor, obtido em programa reconhecido:
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Os demais devem ter, no mínimo, formação em nível de especialização. A
experiência profissional, por outro lado, também é fundamental, uma vez que o
professor é parte do networking de cada aluno.
Flexibilidade X facilidade
Outro
erro no qual estudantes costumam incorrer é achar que estudar à distância é
fácil.
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Acontece evasão quando os alunos chegam com a expectativa de que será fácil
estudar on-line, confundindo flexibilidade com facilidade. O ensino à distância
exige uma postura mais participativa — aponta o diretor nacional de
Pós-Graduação da Estácio, Victor Lamas, que recomenda que as pessoas planejem
uma rotina para estudar.
Xanthopoylos
opina que quem optar pela modalidade será mais valorizado se souber se adaptar
bem ao modelo:
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O EAD favorece o desenvolvimento do autodidatismo e ajuda a apurar competências
ou soft skills, muito valorizadas no mercado hoje, além do trabalho em equipe,
flexibilidade, disciplina, foco, capacidade de usar as novas tecnologias, ler e
escrever melhor.
Dicas para evitar ciladas
INSTITUIÇÃO
Certifique-se
de que a instituição é credenciada pelo MEC na modalidade EAD, para evitar
surpresas como diplomas inválidos.
PROFESSORES
Verifique
a formação tanto do coordenador do curso como dos professores: ao menos 50%
devem ter mestrado ou doutorado.
COLEGAS
Ouvir
a opinião de ex-alunos é importante para conhecer a realidade do curso. Redes
sociais ajudam no contato.
PROMESSAS
O
aluno pode testar o curso para ver se promessas de acompanhamento se cumprem.
Caso contrário, pode ser o caso de desistir.
ADAPTAÇÃO
Especialistas
ressaltam que a pós a distância exige mais comprometimento do que a presencial.
Fonte
O Globo Online