Conhecer fatores de motivação é fundamental para
acertar nas escolhas de carreira, diz especialista
É
comum certo receio na hora de fazer um teste de personalidade, principalmente
quando ele está atrelado a algum processo seletivo para uma oportunidade
profissional. E isso acontece bastante, já que muitos profissionais de recrutamento
costumam adotar ferramentas deste tipo para selecionar profissionais.
A
explicação para o medo de encarar as perguntas que identificam o perfil pessoal
comportamental pode ser etimológica. “A própria palavra teste pressupõe um
parâmetro de adequação, parece que existe um certo e errado”, diz a psicóloga
Giselle Mueller-Roger Welter, responsável técnica por um teste de
personalidade, o Human Guide, apresentado durante o CONARH, que começou ontem
em São Paulo.
Mas
afinal, quais benefícios o profissional terá para a sua carreira (ou para o
planejamento dela) ao encarar um teste de personalidade? É o que EXAME.com
perguntou a Giselle. Confira cinco vantagens citadas pela especialista:
1 Conhecer o “DNA motivacional” traz autoconhecimento
“Não
existe certo e errado quando se fala em personalidade. E o instrumento, no caso
o teste, vai mapear o perfil da pessoa”, lembra Giselle. Ao encarar o teste e o
seu resultado, o profissional vai dar um passo importante em direção ao
autoconhecimento, segundo a especialista.
Vale
destacar que o sucesso e a satisfação na carreira são, na maioria das vezes,
resultantes da sintonia entre o desempenho da atividade e o perfil motivacional
do indivíduo.
Assim
fica claro que se conhecer, saber o que o inspira e o motiva para levantar
todos os dias e ir trabalhar é parte fundamental deste processo. Isso porque, a
partir da percepção dos fatores de motivação é possível ajustar a rota de
carreira e aproximar-se daquilo que realmente faz sentido na sua vida.
2 Compreender a trajetória passada
“Agora
eu entendo”. Sim, ao entrar em contato com motivadores e entender os contornos
da sua personalidade, muito provavelmente movimentos, situações e conflitos
ganharão a luz necessária para o seu real entendimento.
Uma
pessoa que tenha se exposto muito em determinadas situações de trabalho pode
compreender melhor suas ações ao perceber que a necessidade de atenção é um
traço da sua personalidade. Ou seja, segundo Giselle, o resultado do teste vai
organizar melhor a percepção que ela tem dela mesma.
Isso
acontece porque ao entender o próprio funcionamento o profissional consegue
traduzir o seu comportamento para o contexto da sua carreira. Conflitos
profissionais, trocas de emprego e escolhas no passado podem ter mais relação
com sua personalidade do que você imagina.
3 Fazer escolhas mais conscientes
“Ao
identificar fatores de automotivação, a pessoa terá mais condições de avaliar
se determinada tarefa vai trazer satisfação ou não”, diz Giselle.
Ou
seja, a oferta de emprego pode ser boa em termos financeiros, mas se trouxer no
“job description” uma atividade que você sabe que é altamente desmotivante para
você, as chances de cair em uma cilada vão diminuir bastante.
4 Optar por fazer os ajustes necessários
Uma
pessoa tímida e retraída que perceba que dentro da sua área de atuação ser
expansiva é um valor social poderá fazer ajustes em seu comportamento para não
se prejudicar.
“Esse
profissional pode fazer um esforço no sentido de tomar ações para fazer as
pazes com situações de exposição social caso perceba que sua timidez o
atrapalha na hora de batalhar por uma promoção, por exemplo”, diz Giselle.
É
claro que não haverá mudança na sua natureza, mas, de acordo com a
especialista, é possível, nesse caso, trabalhar uma “expansividade
instrumental”.
5 Aumento da
tolerância
O
olhar mais atento para a sua personalidade poderá trazer vantagens para o
relacionamento interpessoal. “Ao me conhecer, passo a entender mais as outras
pessoas e fico mais tolerante”, diz Giselle.
Por
exemplo, você é uma pessoa mais sensível e tem um colega de trabalho
extremamente objetivo. Ao se conhecer, fica mais fácil conhecer o outro e o
resultado é que é menos provável que o modo de agir dele seja encarado como
ofensivo. “Com melhor entendimento, a pessoa não se sente agredida pela
objetividade dele”, diz Giselle.
Por
Camila Pati
Fonte
Exame.com