O tratamento ortodôntico não termina com a
retirada do aparelho: a falta de cuidados compromete o resultado e pode levar
os pacientes novamente ao consultório. Quem alerta é o vice-presidente da Associação
Paranaense de Ortodontia e Ortopedia Facial (Apro), Alexandre Moro.
A retirada do
aparelho significa o fim do tratamento?
Não. O tratamento ortodôntico tem duas
partes, uma com o uso do aparelho por dois a três anos, e outra, após a
retirada, com o uso de contenção, que objetiva a manutenção do resultado. Os
dentes tendem a sair do lugar após a retirada do aparelho se o paciente não
tiver alguns cuidados.
Como funciona essa
contenção?
Na arcada de baixo é colado um fio de aço
inoxidável. Na parte superior, é utilizada uma placa ou aparelho móvel. No
passado, acreditava-se que as contenções tinham de ser usadas por um ano, mas
pesquisas mostram que esse tempo não é suficiente: alguns podem ter de usar por
anos, décadas e até por toda a vida. Consultas ao fonoaudiólogo também podem
ser necessárias, para correção de possíveis problemas na posição da língua.
Quais cuidados
evitam que o pós-tratamento vire um pesadelo?
Manter bons hábitos de higiene bucal, usar
as contenções corretamente e ir regularmente ao ortodontista: após o
tratamento, a cada três meses. Depois, semestralmente e, conforme orientação do
ortodontista, uma vez por ano.
Qual o erro mais
comum após retirar o aparelho?
A negligência com o pós-tratamento. Muitos
não usam contenções e acabam constatando o problema tarde demais. Alguns até
culpam o siso pela mudança nos dentes, mas pesquisas recentes mostram que ele
não tem força para interferir na arcada dentária desse modo.
Quais as
consequências desse descuido?
Como o problema volta, os dentes entortam e
é necessário recolocar o aparelho. Isso faz com que haja novos gastos com algo
que não apareceria se a pessoa tivesse mais cuidado.
Como o paciente
percebe que as coisas estão erradas?
Qualquer mínima movimentação dos dentes,
seja para os lados ou para frente, deve ser relatada ao ortodontista. Em geral,
o problema é tão gradativo que levam dois ou três anos para que a pessoa
perceba as mudanças.
Fonte Gazeta do Povo