Saiba o que observar na hora de testar o modelo zero
quilômetro que você deseja comprar
O condutor deve avaliar no test drive se se sente
confortável ao sentar-se, regular os bancos e espelhos e dirigir o veículo
Fazer
o test drive é um direito de todo consumidor antes de comprar um carro zero.
Todas as montadoras cedem às concessionárias um carro de cada modelo para que
os clientes possam dirigi-los antes de decidir pela compra. “Ninguém deveria
comprar um carro sem fazer um test drive”, diz Amos Lee Harris Jr., diretor da
Universidade Automotiva (Uniauto). Mas você sabe exatamente o que observar ao
testar um veículo? Veja na lista a seguir o que você deve observar:
1) Fazer um test drive não é um compromisso de compra
Fazer
o test drive é um direito do consumidor e toda concessionária deve
disponibilizar um carro para test drive de cada modelo. Amos Lee Harris Jr.
alerta que muitas concessionárias usam o test drive como argumento de venda,
para fazer o consumidor sentir que tem a responsabilidade de comprar aquele
carro depois de dirigir um exemplar do modelo. Porém, esse compromisso não
existe.
2) Verifique se você se sente confortável
É
preciso se sentir confortável ao sentar-se, regular bancos e espelhos e dirigir
o veículo. A revista americana Consumer Reports, que testa uma série de
produtos, incluindo carros, aconselha o motorista a observar se a condução é
macia ou dura e o quanto a suspensão isola o motorista do piso. Isto é, as
falhas no asfalto são muito evidentes ou o carro é macio e fácil de controlar
ao passar por elas? A publicação lembra que, por mais encantadores que sejam,
carros esportivos costumam acentuar cada pequena falha da estrada.
3) Cheque se a aceleração responde bem
A
aceleração tem a ver com a potência do motor e com a transmissão. Se você está
testando um carro mais potente que o que você já tem, vai perceber as
diferenças. Você sente dificuldade em acelerar? O acelerador é mais leve ou
mais pesado? Você consegue facilmente acompanhar o trânsito ao acelerar a
partir de uma parada?
Note
também quanto tempo leva para perceber que é necessário mudar de marcha.
Compare modelos de mesma motorização, para saber quanto é preciso acelerar
antes de trocar a marcha, aconselha Amos Lee Harris Jr.
4) Avalie os freios
De
acordo com a Consumer Reports, é um pouco difícil avaliar os freios sem ajuda
profissional, mas há alguns pontos que você pode perceber. Eles respondem bem?
Dão trancos? Pressione-os com leveza e com mais força. Segundo a revista, a
frenagem deve ser macia e progressiva, sem que a parada seja muito brusca ou
muito demorada.
5) Direção não deve responder nem rápido nem devagar
demais
Se
seu carro tem direção mecânica e você vai testar modelos com direção hidráulica
ou elétrica, de cara vai perceber uma leveza muito maior na hora de manobrar.
“A diferença entre a direção mecânica e a hidráulica é gritante”, diz Amos Lee
Harris Jr. Perceba ainda como o carro responde às manobras. É preciso fazer
leves correções da direção quando você está andando a uma certa velocidade?
Segundo
a revista Consumer Reports, a direção deve ser fácil de controlar e de
manobrar, não devendo responder nem rápido demais nem devagar demais, exigindo
que o motorista gire demais o volante para fazer uma manobra. “Você deve obter
bom feedback por meio do volante sobre o que o carro está fazendo na estrada;
alguns sistemas de direção dão a sensação de estarem desconectados das rodas”,
diz a publicação.
6) Verifique se o carro é barulhento
Faça
o test drive em silêncio, sem que o rádio esteja ligado, para perceber o nível
de ruído do motor, do vento, do trânsito ou dos pneus que pode ser percebido
dentro do veículo. Segundo a revista Consumer Reports, se o barulho do motor é
muito alto sob grande aceleração ou velocidade, provavelmente ficará pior com o
tempo.
Ainda
segundo a revista, retrovisores laterais mal desenhados acentuam o ruído do
vento, e pneus de alta performance (como aqueles de carros esportivos) e pneus
off-road (encontrados em SUVs e picapes) são os mais barulhentos.
7) Boa visibilidade é fundamental
Por
meio de vidros e espelhos, verifique se as colunas são grossas ou finas, se há
boa visibilidade do perímetro e da via à sua frente, e se a visibilidade do
vidro traseiro é boa, principalmente na hora de dar ré e estacionar.
Infelizmente no Brasil em geral não é possível solicitar um test drive à noite,
para verificar a qualidade da visibilidade e do sistema de iluminação do
veículo. “É por uma questão de segurança e também porque o expediente das
concessionárias costuma se encerrar por volta das 18h ou 19 horas”, explica
Amos Lee Harris Jr.
8) Solicite um teste na sua garagem
Embora
os test drives já tenham um roteiro pré-estabelecido, em que se incluem
ladeiras, vias de diferentes qualidades de asfalto e vias planas, é possível
solicitar ao vendedor um teste para entrar na garagem da sua casa e verificar
se é fácil ou difícil estacionar. “As concessionárias não dão muita liberdade
no roteiro, para evitar abusos, mas é possível fazer o teste na garagem, desde
que a pessoa diga que essa condição é crucial para ela decidir pela compra do
carro”, aconselha o diretor da Uniauto.
9) Compare o modelo testado com o seu carro atual e
com outros modelos semelhantes
Se
você já tem um carro, provavelmente vai comparar o modelo testado com seu
modelo atual. Isso é importante para verificar o quanto o novo carro é melhor
que o seu. Mas para não ficar muito deslumbrado com o novo modelo, convém
testar uma série de modelos de uma mesma categoria para checar as diferenças
que eles têm entre si.
“De
repente a concessionária não vai avaliar o seu carro por um preço tão bom, caso
você esteja pensando em comprar outro modelo da mesma marca. Trocar seu carro
atual por outro de uma marca diferente pode ser mais vantajoso, pois pode ser
possível conseguir um preço melhor pelo seu carro atual. Afinal, o concorrente
vai querer conquistar um novo cliente”, diz Amos Lee Harris Jr.
10) Se quiser testar melhor, alugue o modelo desejado
Para
o diretor da Uniauto, vale a pena alugar um exemplar do modelo desejado para
poder testá-lo no seu trajeto para o trabalho e em outros tipos de via. Ao
alugar um veículo por um fim de semana, por exemplo, você tem mais liberdade
para definir suas rotas do que em um test drive.
Por
Julia Wiltgen
Fonte
Exame.com