Pesquisas mostram que uma alimentação saudável pode
ajudar a dar mais energia, melhorando o desempenho cognitivo e o humor
Água é o primeiro elemento para uma alimentação
saudável: líquido permite a ocorrência de reações químicas no corpo
Cansaço
mental, falta de energia e de concentração são queixas comuns, atribuídas ao
estilo de vida moderno. Excesso de compromissos profissionais e atividades
pessoais acarretam hábitos de vida que levam a esse desequilíbrio. Por outro
lado, a nutricionista Maria Fernanda Elias, mestre em Saúde Pública e
Doutoranda em Nutrição Humana Aplicada pela Universidade de São Paulo, indica
que as pesquisas científicas mostram que existem vários componentes em uma
alimentação saudável que podem ajudar a modificar processos internos no cérebro
e, por meio disso, promover impacto perceptível e mensurável nos níveis de
energia, desempenho cognitivo e humor.
"Apesar
do cérebro representar apenas 2% do peso total do corpo, ele utiliza cerca de
20% de toda a energia que é produzida. A principal fonte para a produção de
energia pelo organismo é a glicose, obtida, preferencialmente, por meio do
consumo de alimentos ricos em carboidratos, como arroz, pão, massa, batata,
mandioca e frutas. Assim, fica fácil perceber porque as dietas que restringem o
consumo de carboidratos causam fadiga e tontura", explica a nutricionista.
Além
da glicose, a especialista apresenta abaixo as outras substâncias que
contribuem para o estado de alerta e bom desempenho mental:
Água:
o líquido permite a ocorrência de reações químicas no corpo. A desidratação,
mesmo que mínima, pode levar ao estado de confusão e cansaço.
Vitaminas do complexo B: esses nutrientes participam do processo de obtenção e síntese
de energia, além de outras importantes funções metabólicas. A riboflavina
(vitamina B2), vitamina B6, vitamina B12 e ácido fólico (vitamina B9) são
fundamentais para a proliferação celular e síntese das células vermelhas do
sangue. Um estudo randomizado e controlado, que utilizou altas doses de
vitaminas do complexo B em homens saudáveis, mostrou aumento de energia durante
testes de cognição e elevação do vigor físico percebido pelos indivíduos.
Ácido docosahexaenóico (DHA): esse ácido graxo ômega-3 chama a atenção
dos pesquisadores devido a sua essencialidade na estrutura cerebral. Sabe-se
que o DHA representa cerca de 97% dos ácidos graxos presentes no cérebro e, por
isso, baixos níveis de DHA no sangue estão associados a declínio cognitivo em
idades mais avançadas. Estudos observacionais, em grandes populações, indicam
também que o alto consumo de peixes – alimentos fontes de DHA – pode estar
associado com a diminuição do risco de Alzheimer.
Coenzima Q10:
aproximadamente 95% da energia total que o corpo precisa para realizar suas
funções é ativada pela coenzima Q10. Isso significa que ela não é apenas
necessária para a realização das atividades físicas, mas também é fundamental
para a atividade cerebral. A coenzima Q10 também atua como um potente
antioxidante, sendo que a manutenção de níveis adequados no organismo está
associada com menor risco para doenças neurodegenerativas.
Zinco:
o mineral é um importante constituinte de enzimas antioxidantes, substâncias
que atuam no cérebro contribuindo para a função cognitiva. Estudos associam a
ingestão de zinco com melhora da cognição em indivíduos de meia idade.
Magnésio:
necessário para a composição de mais de 300 enzimas, o mineral auxilia na
transmissão de impulsos nervosos e na habilidade dos neurônios estabelecerem
novas conexões, contribuindo para a função cognitiva normal. Alguns estudos
preliminares mostram que o aumento dos níveis de magnésio no cérebro pode
melhorar a aprendizagem e a memória.
"Uma
alimentação equilibrada fornece água, energia e nutrientes - fundamentais para
o equilíbrio da saúde. A utilização de produtos fortificados e suplementos
nutricionais pode auxiliar na ingestão recomendada desses componentes e,
consequentemente, manter o bom estado nutricional", finaliza Maria
Fernanda.
Fonte
Exame.com