A
tireóide é uma glândula constituída por dois lobos, o esquerdo e o direito,
ligados por um istmo. Juntos, eles assumem o formato de uma borboleta de asas
abertas, de um escudo ou da letra H.
Os
hormônios tireoideanos são fundamentais para o metabolismo. A quantidade que a
glândula produz é regulada pela hipófise, glândula situada no cérebro que
fabrica o TSH, o hormônio estimulador da tireoide.
TIPOS DE TUMOR
- O câncer de tireoide atinge três vezes mais as mulheres do que os homens, na faixa entre os 20 e os 65 anos. Os tipos mais comuns são os carcinomas papilífero, folicular, medular e o anaplásico.
- O carcinoma papilífero, responsável por 70%, 80% dos casos, é um tumor pouco agressivo, de evolução lenta. Na maioria das vezes, é diagnosticado num exame de rotina e reage bem ao tratamento. Quando ocorrem metástases, os gânglios linfáticos costumam ser os inicialmente afetados.
- O segundo tipo mais frequente é o carcinoma folicular que costuma manifestar-se depois dos 35 anos e oferece risco maior de recidivas e metástases. Nos casos mais avançados, pulmões e ossos são os órgãos em que primeiro se disseminam as células tumorais.
- O carcinoma medular é responsável por aproximadamente 5% dos casos de câncer da tireoide. Em geral, trata-se de um tumor mais agressivo, relacionado com certas síndromes genéticas e que secreta uma proteína que acarreta a calcificação dos ossos.
- O carcinoma anaplásico corresponde a 2% dos casos de tumores da tireoide. De crescimento rápido, em pouco tempo atinge órgãos à distância, como os pulmões, os ossos e o fígado.
FATORES DE RISCO
Os
fatores de risco mais comumente associados ao câncer de tireoide são:
1)
radiação na região do pescoço para tratamento de doenças anteriores, ou à que
são submetidos certos profissionais no exercício de suas funções ou, ainda, à
que foram expostos os sobreviventes de acidentes nucleares;
2)
algumas síndromes genéticas e;
3)
história da doença ou de bócio na família.
SINAIS e
SINTOMAS
Tanto
o carcinoma papilífero quanto o folicular costumam ser assintomáticos nas fases
iniciais. Quando os sinais aparecem, o mais comum da doença costuma ser o
aparecimento de nódulo palpável ou visível na região da tireoide ou do pescoço.
Em estágios mais avançados, podem ocorrer também aumento dos gânglios
linfáticos e do volume do pescoço, rouquidão, tosse persistente, dificuldade
para engolir e sensação de compressão da traqueia.
DIAGNÓSTICO
O
diagnóstico de câncer na tireoide considera os achados no exame clínico de
palpação da glândula e a presença de gânglios linfáticos aumentados.
Entretanto, como apenas pequeno número de nódulos é palpável, exames de imagem
como a ultrassonografia, a cintilografia e a ressonância magnética são recursos
úteis para o diagnóstico. O mais
importante, porém, é a biopsia de aspiração com agulha fina para identificar a
presença ou não de células tumorais malignas.
TRATAMENTO
Em
geral, o tratamento do câncer de tireoide é cirúrgico (tireoidectomia total ou
parcial) e leva em conta o tipo e a gravidade da doença. Caso as células
malignas tenham comprometido os gânglios cervicais, é necessário retirá-los.
Rouquidão
e queda de cálcio são complicações da tireoidectomia associadas a lesões de
estruturas como os nervos laríngeos e as glândulas paratireoides
respectivamente durante a cirurgia.
Depois
de quatro a seis semanas da intervenção, o paciente recebe doses terapêuticas
de iodo radioativo em ambiente hospitalar para extinguir qualquer tecido
remanescente de células tumorais no corpo e evitar metástases. Quando os
carcinomas papilíferos e foliculares não respondem a esse tratamento, é
possível recorrer à terapêutica antiangiogênica que consiste em bloquear a formação
de novos vasos sanguíneos para impedir que as células tumorais recebam
nutrientes e oxigênio através da circulação. O passo seguinte é indicar a
reposição hormonal com levotiroxina por via oral para substituir os hormônios
que deixaram de ser produzidos pela tireoide. Radioterapia, associada ou não à
quimioterapia, é recomendada na ocorrência de tumores mais agressivos, como o
carcinoma medular e o carcinoma anaplásico.
RECOMENDAÇÕES
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Lembre-se de que o câncer de tireoide é tratável e são altos os índices de
cura. Entretanto, em aproximadamente 30% dos casos, a doença pode recidivar.
Por isso, é fundamental manter o acompanhamento médico por toda a vida, uma vez
que o sucesso do tratamento está diretamente correlacionado com o diagnóstico
precoce;
*
Não se descuide da reposição do hormônio tiroxina que deixou de ser produzido
naturalmente pela tireoide depois que a glândula foi retirada. Ele é
indispensável para a regulação harmônica do metabolismo;
*
Procure adotar uma dieta equilibrada e saudável. Entre outras vantagens, a prática regular de
exercícios físicos vai ajudar a evitar o excesso de peso.
Por
Drauzio Varella