Algumas gafes que podem minar suas chances de
conquistar uma nova oportunidade de trabalho
Enviar por email o currículo para todos os
departamentos de uma empresa é uma exposição negativa e desnecessária, na
opinião de especialistas
Uma
trajetória profissional brilhante ajuda, mas pode não ser decisiva na hora de
conquistar uma nova oportunidade profissional. Algumas atitudes podem minar as
suas chances de conseguir uma entrevista de emprego ou ainda ser aprovado em um
processo seletivo.
As
principais gafes cometidas por candidatos tanto na fase de envio de currículos
quanto na hora da entrevista.
1. Mandar o currículo várias vezes
Mandar
o seu currículo para os mais diferentes setores e funcionários da empresa na
qual você deseja trabalhar certamente não vai ajudá-lo a conseguir uma
entrevista. “É o que a gente chama de
pulverização. A pessoa envia para 1.500 endereços e se dois responderem ela sai
no lucro”, diz André Ribeiro, consultor de carreira da Produtive. “É um dos
principais erros cometidos nesta etapa de envio de currículo”, diz Fabiane
Cardoso, coordenadora de qualidade da Adecco Brasil.
A
dica é buscar o canal correto para o envio do currículo. Pode ser o email do
departamento de seleção, cadastro no site da empresa ou ainda por meio das
redes sociais. “O profissional tem que ter uma estratégia de envio de currículo
para evitar uma exposição negativa”, diz Ribeiro.
2. Bombardear amigos e conhecidos
Indicações
contam, e muito, no mundo corporativo, mas não vão garantir a oportunidade
profissional em um passe de mágica. “O fato de ter um amigo trabalhando na
empresa não significa que o candidato não terá que passar pelo processo padrão
de avaliação. É preciso separar as coisas”, diz Fabiane.
O
risco, diz a especialista, é “se queimar” com o amigo ou conhecido. “Ficar
perguntando por que ainda não foi chamado pode até causar um afastamento”. Por
isso, antes de sair enviando o seu currículo para amigos e conhecidos, converse
com eles e informe-se sobre os processos seletivos e a possibilidade de uma
indicação para o departamento responsável pela seleção.
Evite
ainda ser evasivo e só buscar contato quando estiver interessado em uma vaga.
“Com pessoas que são apenas conhecidas o ideal é fazer uma aproximação, no
sentido de desenvolver networking, e esperar que ela solicite o currículo”, diz
Ribeiro. “Se a pessoa solicitar o currículo, ela vai fazer um esforço para indicar
o profissional”, complementa o consultor.
3. Enviar cópias de documentos e certificados
Com
objetivo de confirmar as informações do currículo, muitos candidatos vão além e
enviam cópias de trabalhos, documentos pessoais, certificados e até do diploma
superior sem terem sido solicitados. “Ficar pulverizando pela internet
informações pessoais é totalmente inseguro e nada recomendável”, diz Fabiane.
O
risco, diz Ribeiro, é ser desqualificado por excesso de informações. “Não
adianta sair enviando documentos adicionais se você não sabe a demanda da
empresa. O recrutador pode fazer uma leitura daquele material e achar que não é
o perfil de profissional que a empresa está buscando”, diz o consultor de
carreira da Produtive.
Se
a empresa quiser alguma comprovação, ela vai pedir e, só então, você deve
enviar. “Se o candidato avançar no processo seletivo, ele vai passar pela etapa
de checagem de informações”, diz Fabiane. “O profissional deve analisar a
demanda da empresa para fazer uma apresentação consultiva do perfil dele”,
lembra Ribeiro.
4. Chegar atrasado na entrevista
Pecar
na pontualidade e deixar o recrutador esperando é um péssimo começo para
qualquer entrevista. Por isso, saia mais cedo, sempre. E tenha disponibilidade.
“O ideal é deixar a agenda livre para aquela entrevista”, diz Ribeiro. Caso o
atraso seja da parte do recrutador, você terá tempo para ficar até mais tarde.
5. Não se preparar
Ir
a uma entrevista sem ter pesquisado sobre a empresa e o segmento no qual ela
atua é um erro comum nesta segunda etapa do processo seletivo, diz Fabiane.
“Apesar da facilidade de encontrar informações pela internet, muitos candidatos
ainda comparecem despreparados a uma entrevista de emprego”, explica.
Para
André Ribeiro, o que acontece muitas vezes é que o profissional pesquisa dados,
mas não faz uma reflexão para saber o quanto está, de fato, alinhado ao perfil
da empresa. “As pessoas chegam com informações que são pouco úteis e se
esquecem de estudar quais são os pontos fortes de aderência à empresa”, diz o
especialista.
Pesquisar
o máximo de informações sobre a empresa para a qual você se candidata a uma
vaga de emprego é primeiro passo para conquistar o recrutador e direcionar bem
a entrevista. “É importante pesquisar também sobre os concorrentes da empresa”,
lembra Fabiane.
Feito
isso, resgate os aspectos da sua trajetória profissional que trouxeram
experiências úteis para o que a empresa está buscando. “É importante fazer esse
contraste”, lembra Ribeiro.
6. Apontar erros na estratégia da empresa
Uma
gafe que tem ocorrido, diz Ribeiro, é o candidato - com o objetivo de
demonstrar que estudou a empresa antes da entrevista -, apontar pontos
negativos dela. “As pessoas quando vão pesquisar verificam erros de estratégia
daquele negócio e já chegam criticando”, diz Ribeiro. Para ele, esse é um erro
grave.
Não
é positivo criticar a estratégia da empresa para a qual você deseja trabalhar.
Guarde as críticas para si, até que seja solicitado a dizer. Do contrário, não
fale nada. Se você achar que esses problemas afetariam seu trabalho na
companhia, é melhor nem se candidatar à vaga.
7. Mentir
Além
de estarem cientes das mentiras mais contadas nesta etapa do processo seletivo,
os recrutadores também usam estratégias para perceber se o candidato está
falando a verdade. “Não vi nenhum caso em que o recrutador fez vista grossa
para a mentira e contratou o profissional”, diz Ribeiro.
Mentir
é arriscado demais, na opinião dos especialistas. "As próprias perguntas
feitas aos candidatos tem o objetivo de identificar possíveis contradições”,
diz Fabiane. Por isso, verifique bem as informações no seu currículo e
certifique-se de que todas elas são verdadeiras.
8. Usar linguagem e roupas inadequadas
A
informalidade da linguagem e o desrespeito ao dresscode da empresa são alguns
dos pecados em uma entrevista de emprego. Gírias, chavões e gerundismos acendem
a luz vermelha na opinião dos recrutadores. Sem falar, é claro, dos temíveis
erros gramaticais e da roupa desalinhada.
Opte
por se expressar de uma maneira mais formal. “Candidatos devem tomar cuidado
também com as redações nos processos seletivos, porque elas são eliminatórias”,
diz Fabiane.
9. Sentir-se íntimo do recrutador
A
entrevista pode ter sido boa e suas chances de conseguir a oportunidade
profissional, grandes. Mas daí a adicionar o recrutador na sua rede virtual de
amigos há uma grande diferença. “Muitos candidatos vão buscar o nome do
recrutador em redes sociais, como o Facebook, e isso é totalmente
inapropriado”, diz Fabiane. Na opinião dela, o risco é transparecer que você é
uma pessoa invasiva.
Para
André Ribeiro, a regra de ouro é ter bom senso. “Se esse é o comportamento padrão,
ele está errado. Para se conectar é preciso ter um vínculo, uma afinidade”,
diz.
A
dica é não perder o foco profissional da entrevista. Opte por redes sociais
ligada ao trabalho, como o LinkedIn, se deseja manter contato com os
recrutadores.
10. Cobrar o recrutador após a entrevista
Ligar
insistentemente para o recrutador para saber se já há uma definição para a vaga
na qual está interessado só vai prejudicá-lo. “Demonstra ansiedade”, diz
Fabiane.
"Após
a entrevista combine com o recrutador quais serão os próximos passos”, diz
André Ribeiro. Se não obter uma resposta após a data marcada, ligue uma vez se
achar necessário e fique aguardando. “O candidato deve ser paciente e evitar
uma exposição desnecessária para ouvir apenas que nada foi definido ainda”, diz
Fabiane.
Por
Camila Pati
Fonte
Exame.com