Jordan Cohen, consultor e ex-executivo da Pfizer, conta uma história engraçada em seu blog no site da Harvard Business Review
Recentemente, ele fez uma viagem de negócios a Londres. A agenda era carregada, por isso planejou tudo minuciosamente com grande antecedência. Quando, ainda no aeroporto, foi vestir o terno para a primeira reunião, descobriu que tinha esquecido nada menos do que as calças. Não lhe restou opção além do jeans surrado que havia escolhido para suportar o desconforto do voo transatlântico. Fazendo um retrospecto rápido, percebeu que a causa do lapso foi uma interrupção de sua filha, que pediu uma ajuda nos exercícios de geometria quando ele arrumava a mala.
Mais de um estudo famoso já mediu as consequências das interrupções. Um deles afirma que retomar a atenção pode levar até 23 minutos. Outro reduz esse intervalo para 5, mas calcula em até 60 vezes o número de interrupções por dia (total de 5 horas perdidas). Num ambiente de trabalho as interrupções podem vir de colegas e chefes que pedem sua atenção, e também das vozes e ruídos do entorno, telefones tocando, avisos de e-mails etc. Cohen revela quatro
estratégias que desenvolveu para reduzir esses desvios:
Ficar em casa
Se você for bem organizado e planejar todo o trabalho de uma semana, alguns dias podem ser reservados para fazer o que deve ser feito em casa, onde, em geral, a possibilidade de controlar o ambiente é bem maior.
Desligar-se da rede
Fechar a caixa de email e até desligar o computador são providências que ajudam muito a manter o foco numa tarefa claramente definida.
Estabelecer o tamanho da lista diária de coisas a fazer
Antes de começar o dia de trabalho, defina o que deve ser concluído até o fim do expediente (Cohen sugere selecionar três coisas prioritárias). Assim fica mais fácil se organizar.
Bloquear o ruído
Para se desligar da cacofonia reinante, os fones de ouvido são a ferramenta mais óbvia e eficiente, mas podem fazer com que você ignore sons que precisa ouvir. Cohen dá uma sugestão alternativa surpreendente: concentrar-se num barulho uniforme no ambiente (o ruído de uma máquina, por exemplo).
Antes de encerrar o post, faz uma ressalva importante: nem toda interrupção é nociva. Algumas até podem ser indispensáveis para orientar o trabalho. Outras são tão importantes quanto o próprio trabalho – a lição de geometria da filha, lembra Cohen, pode tê-la ajudado a chegar mais perto da faculdade de arquitetura.
Por Márcio Ferrari
Fonte Papo de Empreendedor