Um roteiro para os que embarcam pela primeira vez na
cidade da Grande Maçã
A
primeira visita a Nova York não pode ignorar clássicos como a Times Square, a
Ponte do Brooklyn, o Empire State Building, o MoMA, uma peça da Broadway, o
Central Park, mas também pode incluir o melhor hambúrguer da cidade, passeios
despretensiosos por Chelsea, Williamsburg e Brooklyn, e uma refeição em um dos
muitos restaurantes moderninhos de Hell's Kitchen. Esses últimos da lista são
lugares que certamente só os "turistas antenados" vão conhecer.
Para
que a sua estadia na Big Apple dos clichês tenha um tempero especial, siga este
roteiro de 48 horas. Ainda vai ficar faltando muita coisa para conhecer em
Manhattan, no Brooklyn e no Queens, os principais "boroughs"
(regiões) de Nova York, mas boas lembranças e um gostinho de quero mais
voltarão com você ao Brasil. Da próxima vez, você poderá optar pelo roteiro dos
experts na cidade, pois já terá experimentado os tradicionais programas
nova-iorquinos.
Dia 1
Se
o dia estiver bonito, comece pelo Empire State Building. Há dois observatórios,
um no 86° andar e outro no 102° andar (os tíquetes podem ser comprados
separadamente para cada um dos mirantes, ou combinados – juntos custam US$ 37).
Alguns turistas preferem a vista do Top of the Rock, no Rockefeller Center,
porque de lá se pode ver, inclusive, o Empire State Building, além do
imperdível Central Park. São cerca de 20 quadras de diferença e alguns dólares
(o ingresso para o Top of the Rock sai por US$ 25). Você escolhe.
A
Times Square pode ser a sua próxima parada. E a melhor coisa que o turista pode
fazer é visitá-la logo que chegar na cidade. As milhares de luzes, cartazes,
painéis e, principalmente, as multidões de pessoas que vão e vem nas ruas que
cruzam a 42nd Street, a 7ª avenida e a Broadway podem te deixar um pouco tonto.
Essa sensação de muita informação, muita luz e muita gente é comum entre os
visitantes. Mas passa, não se preocupe.
Não
deixe de assistir a um musical. Se o seu inglês não estiver tão afiado, opte
por uma peça mais dançante do que teatral, como Mamma Mia!, Priscilla, a Rainha
do Deserto, Mary Poppins, Homem-Aranha, O Rei Leão ou alguma outra cuja
história já é conhecida internacionalmente. Peças mais sérias ou com muitos
diálogos como Sister Act (Mudança de Hábito), Família Addams, The Book of
Mormon, Jersey Boys e Wicked exigem um nível avançado de conhecimento da
língua.
O
início da tarde é o melhor horário para conseguir descontos nos teatros, mesmo
aos finais de semana, quando a demanda é maior. Veja primeiro as ofertas do
TKTS, rede de venda de tíquetes com até 50% de desconto, localizado na Duffy
Square, na Broadway com a 47th Street, e, se ainda não estiver satisfeito com o
valor do ingresso, tente ir direto ao local do show que você escolheu. É
possível conseguir os chamados "rush tickets", de última hora, direto
nas bilheterias dos teatros por apenas US$ 30 (menos da metade da tarifa
cheia), com pagamento somente em dinheiro.
Depois
de uma extasiante visita à Broadway, que tal provar um dos hambúrgueres mais
consagrados da cidade (e olha que a concorrência é grande!). O Burguer Joint
fica "escondido" dentro do Hotel Le Parker Meridien, no número 119 da
56th Street, só aceita cash e tem uma trilha sonora excelente. Na lanchonete,
peça o clássico cheeseburguer (US$ 8), com uma porção de batata frita (US$ 4) e
seja feliz.
O
ideal é ir após as 15h, do contrário prepare-se para as filas. Suba a 5ª Avenida
e, enquanto caminha, aproveite para observar o point das lojas de grife de Nova
York. Sim, estão todas lá: Salvatore Ferragamo, Fendi, Prada, com lojas que
ostentam charme e luxo, e outras mais acessíveis como Zara, H&M e Gap.
Marcas famosas estão sempre abrindo novas lojas nesse pedaço mais famoso da 5ª
avenida. Aberta recentemente, a loja de três andares da Uniqlo vale uma visita.
Caminhar
sem rumo pelo Central Park pode ser uma boa pedida para fazer a digestão. São
só algumas quadras até o início do parque (menos de 5 minutos a pé), na 59th
Street. Bem pertinho da entrada do parque ficam a Apple Store e a a famosa loja
de brinquedos FAO Schwarz. Mesmo no inverno, quando as temperaturas chegam a
três graus negativos, é possível dar uma voltinha no parque (proteja as
orelhas!). Como é muito grande, eleja alguns pontos que quer conhecer. No site
oficial há um mapa interativo onde é possível navegar e escolher os lugares que
quer visitar. Conhecido como Strawberry Fields, entre a 71st Street e a 74th Street,
o tributo ao Beatle John Lennon é um dos ícones do parque.
Que
tal já emendar num jantar? Na 9ª avenida, num pedaço conhecido como Hell's
Kitchen, há diversas opções de cozinhas, da tailandesa à turca, da americana
tradicional à japonesa. Os preços são convidativos, e o local é animado à
noite. Experimente o Yum Yum Bangkok (www.yumyumbangkok.com/),
barato e moderninho, e peça um verdadeiro pad thai (US$ 7,95), prato de
macarrão feito de arroz, um dos clássicos tailandeses da casa.
Dia 2
Cruzar
a Ponte do Brooklyn a pé, a partir de Manhattan, é um pouco cansativo, mas a
vista e a experiência compensam a caminhada. Quando chegar do outro lado,
procure o Brooklyn Bridge Park, na região conhecida como Dumbo – você estará
bem próximo dali – e aprecie o skyline. A Brooklyn Ice Cream Factory,
sorveteria que serve somente sabores tradicionais como vanilla, chocolate,
morango e café, tem um dos melhores sorvetes da cidade.
Já
que você está no Brooklyn, tome um táxi até a Avenida Bedford. A região, que
chama Williamsburg, é a Vila Madalena do Brooklyn. Bares descolados, lojas de
design, pessoas moderninhas e bazares de roupa estão espalhados pelos
quarteirões desse pedaço. Sem falar na especialíssima Brooklyn Brewery, uma
cervejaria nada convencional que serve mais de cinco tipos de cerveja, mas não
tem comida. Você pode levar os seus "snacks" ou encomendar um
delivery de algum restaurante próximo.
No
final do dia, volte para Manhattan e não deixe de passar no MoMA. Sabe aqueles
quadros que você viu em livros de arte e história na escola? Estão todos aqui.
O museu abriga mais de 150 mil trabalhos, entre pinturas, esculturas e
fotografias. Comece pelo 4° andar, principalmente se tiver pouco tempo e dê um
pulinho na lojinha, que é o máximo!
Se
preferir fazer compras à noite, vá direto até a 34th Street, onde está a
Macy's, que se autodenomina a maior loja do mundo. Nessa rua, você também
encontra Sephora, Gap, H&M e Victoria's Secret. Quer coisas mais baratas? A
Century 21 é um clássico dos brasileiros. A maior e mais antiga fica próxima do
9/11 Memorial (www.911memorial.org/) um espaço criado para relembrar a tragédia do
11 de Setembro na cidade (se quiser visitar o memorial, o ideal é ir logo pela
manhã. Inscreva-se pelo site com pelo menos um dia de antecedência). A Century
21 mais recente, ao lado do Lincoln Center, é menor, mas é mais organizada que
a original.
Se tiver um dia a mais...
O
High Line Park (http://www.thehighline.org/)
é um dos pontos turísticos de Nova York que está na "crista da onda".
E de fato é preciso conhecê-lo. Construído sobre uma antiga linha de trem, o
parque abre das 7h às 19h, diariamente. Em 2011, foi inaugurada a segunda parte
do parque. A terceira e última será construída entre a 30th e a 34th streets.
Comece então da 30th Street para baixo. Observe os prédios, a arquitetura, as
obras de arte que ficam pelo caminho.
Quando
chegar na 14th Street, desça as escadas e você estará no Chelsea, um dos
bairros mais agradáveis de Manhattan. A vida parece passar mais devagar ali,
diferentemente dos arredores da Times Square. Vá até o Chelsea Market e, se
gostar de frutos do mar, não deixe de parar no The Lobster Place (www.lobsterplace.com/). Aponte e
escolha a sua lagosta, que será pré-cozida na hora. O prato vem acompanhado de
manteiga cremosa, combinação perfeita. Encontrar lugar para sentar não é tarefa
fácil, mas eventualmente os japoneses te darão um espacinho.
Por
Luna Kalil
Fonte
Exame.com