Os
meses de novembro e dezembro trazem também as confraternizações corporativas de
fim de ano. Por reunir toda a hierarquia da empresa no mesmo ambiente, esse
tipo de evento oferece uma oportunidade única de exposição de imagem – que pode
ajudar ou atrapalhar a carreira. O Valor conversou com consultoras de etiqueta
empresarial para reunir dicas de como se comportar nas festas de trabalho e
evitar que um deslize comprometa o futuro profissional.
O
primeiro passo é aparecer, dizem as especialistas. “Ainda que sejam momentos de
descontração e comemoração, não se pode esquecer que esses eventos são
profissionais”, explica a consultora de comportamento e imagem profissional
Maria Aparecida Araújo. Faltar à festa, portanto, pode dar a impressão de que o
colaborador não valoriza a empresa onde trabalha. “Além do mais, esses
encontros são boas oportunidades para fazer networking e ganhar visibilidade
com os superiores”, completa a especialista em desenvolvimento de pessoas
Stefania Giannoni.
Da
mesma forma, não se pode esquecer que a postura apresentada no evento deve ser
a mesma do trabalho – ainda que acompanhada de alto-astral. Para manter a
linha, uma das principais dicas é evitar bebida alcoólica em excesso. Uma
pesquisa recente do Caron Treatment Centers revelou que metade dos funcionários
americanos que participam de confraternizações de trabalho já viu um colega sob
influência de álcool exibir comportamento inapropriado ou até perigoso. Os mais
comuns são flertar com um colega ou supervisor - o que já aconteceu com 30% das
pessoas - e dirigir embriagado (28%).
Ainda mais gente (56%) diz que percebeu uma repercussão negativa - profissional
ou pessoal - quando o comportamento exagerado foi documentado com fotos ou
comentários em redes sociais, e 36% disseram que a reputação dessas pessoas foi
prejudicada no ambiente de trabalho.
Segundo
Stefania, quem comete excessos em festas corporativas acaba estigmatizado,
fazendo com que no próximo evento o mesmo comportamento seja esperado pelo
resto dos colegas. Também é comum que a pessoa não seja convidada para certos
encontros e até a chance de promoção pode diminuir. “Estamos sendo observados
constantemente”, diz Maria Aparecida. “E alguém sempre pode se beneficiar da má
conduta de um colega.”
Para
não correr riscos, especialistas dão algumas dicas para garantir que as festas
de fim de ano sejam bem aproveitadas:
1. Controle a bebida: se precisar explicar porque está no refrigerante, o ideal é
usar uma saída bem-humorada, como dizer que está de dieta;
2. Mantenha a postura profissional: é importante prestar atenção à comunicação
não verbal, como a forma de se sentar, comer e beber. Privilegie sempre o
equilíbrio e a discrição;
3. Interaja fora do círculo: é bem-visto - e até interessante
profissionalmente - aproveitar a oportunidade para conversar com pessoas de
outras áreas, com as quais se tem pouco contato no dia a dia;
4. Lembre-se da hierarquia: nunca se sabe como o chefe vai reagir a um
contato próximo demais, então o ideal é esperar o gestor dar abertura. Para os
líderes, é importante agir com simpatia e naturalidade, deixar o funcionário à
vontade e agradecer a contribuição durante o ano;
5. Não se perca na pista de dança: é aceitável dançar quando o contexto
permitir, mas sem exageros;
6. Preste atenção no figurino: é essencial obedecer o “dress code” do
convite e, para mulheres, evitar decotes, lingerie aparecendo e saltos
exagerados. A dica é não sair muito do guarda-roupa profissional de sempre. Se
a festa for formal, a sugestão é usar uma roupa que serviria para trabalhar, já
se for em um ambiente mais descontraído, vale usar o que se vestiria em um
“casual friday”;
7. Equilibre o assunto: é impossível não falar de trabalho, mas é bom evitar se
manter sempre nesse tema;
8. Respeite o convite: só vale levar família ou parceiro se a empresa explicitar que
é permitido;
9. Lembre-se que você representa a companhia: em festas que envolvem não só os
funcionários, mas também a presença de clientes, é preciso ter cuidado
redobrado para não prejudicar a imagem da empresa;
10. Prevenção é o melhor remédio: tentar consertar um vexame é muito
complicado. Mas se acontecer, o ideal é abafar o caso, pedir desculpas
pessoalmente e não repetir a dose.
Por
Letícia Arcoverde
Fonte
Valor Econômico