O
caminho para um mundo ecologicamente sustentável ainda é longo. Nem todas as
notícias são boas: o Brasil continua desmatando muito e os países
industrializados emitindo muitos poluentes.
No Dia Mundial do Meio Ambiente, há conquistas a serem
celebradas. E para dar mais ânimo aos ambientalistas e para que cada um
continue a fazer sua parte, selecionamos 10 boas notícias no Brasil e no mundo.
1. Desmatamento da Mata Atlântica cai 24%
Apesar
do descontentamento com o impasse na implementação do Código Florestal por
parte de ONGs, existem conquistas a serem comemoradas. De acordo com estudo
divulgado em maio pela Fundação SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento da região teve uma queda de 24% no
período de 2013 a 2014. Baseado na análise de imagens de satélites, o
levantamento registrou que os Estados que menos desmataram foram São Paulo,
seguido de Rio Grande do Sul e Pernambuco.
Mesmo
o campeão do desmatamento, o Piauí, teve um aumento no número de hectares
preservados. Em entrevista concedida a veículos de comunicação, a diretora
executiva da fundação, Marcia Hirota, afirmou que “preservar o que restou e
restaurar o que se perdeu precisa ser uma agenda estratégica para o País”.
2. Cresce o número de produtores orgânicos
Você
já compra produtos orgânicos? Embora ainda mais caros, o mercado está em
crescimento, e quanto mais gente consumir, a tendência é baratear. A adesão de
produtores brasileiros aos orgânicos cresceu cerca de 51,7% entre janeiro de
2014 e janeiro deste ano. Além de alimentos mais saudáveis, os orgânicos
promovem a conservação e a recomposição dos ecossistemas. Por região, o
Nordeste é o que mais possui unidades de produção, seguido do Sul e Sudeste. A
área total de produção orgânica no Brasil já chega a quase 750 mil hectares.
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3. Compromissos para reduzir emissões de gases
Com
a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP21) em Paris no
horizonte, países estão se comprometendo desde já a reduzir suas emissões de
poluentes. A União Europeia (UE) propôs oficialmente corte de pelo menos 40% de
suas emissões de gases de efeito estufa até 2030, em relação a 1990. A UE foi
um dos primeiros blocos a declarar proposta de redução de gases para o novo
tratado global, que deve ser implementado em 2020. De acordo com a rede
Observatório do Clima, o México foi o primeiro país em desenvolvimento a
registrar a sua contribuição para o acordo. Os mexicanos se propõem a reduzir,
também até 2030, 22% de seus gases de efeito estufa em relação ao que emitiriam
se nada fosse feito. A COP21 ocorre em dezembro deste ano.
4. Mais energia solar
Hoje,
menos de 1% da população brasileira usa a energia solar dentro de casa. Mas a
previsão para os próximos anos é mais animadora: até 2050, ou seja, daqui 35
anos, cerca de 13% das casas no país utilizarão esse tipo de energia que, além
de mais barata, é sustentável. Os dados foram divulgados neste ano pelo Plano
Nacional de Energia 2050.
Ainda
de acordo com o levantamento, estima-se que, até 2050, 24% do aquecimento de
água dos domicílios seja feito usando o calor do sol, contra os atuais 5%. Com
isso, o uso de eletricidade para esse fim cairá de 88%, em 2013, para 38% em
2050, liberando essa energia para outros usos.
5. Frigoríficos pelo Desmatamento Zero
Há
alguns anos, foi lançado um levantamento pela ONG Greenpeace que mostra a
relação entre empresas frigoríficas e o desmatamento da floresta amazônica.
Após a divulgação, os três maiores frigoríficos do Brasil (JBS, Marfrig e
Minerva) assumiram um compromisso de negociarem carne e couro apenas com
fazendas que não recorressem ao desmatamento, uso de trabalho escravo ou
invasão de áreas protegidas.
De
acordo com a ONG, em 2015 as empresas divulgaram uma parte dos resultados do
trabalho mais consciente, que mostra que eles têm cortado relações comerciais
com fazendas que apresentam esse tipo de trabalho. Em depoimento ao site da
ONG, Adriana Charoux, que faz parte da campanha, afirma que os frigoríficos têm
equipes dedicadas a monitorar diariamente as fazendas de forma mais precisa.
6. EUA na liderança do debate climático
Maior
economia e historicamente o maior emissor de poluentes, os Estados Unidos estão
mudando de papel no debate climático. Para o secretário-executivo do
Observatório do Clima, Carlos Rittl, os últimos anúncios referentes à redução
de emissão de gases do país devem ser celebrados. Os EUA apresentaram um
conjunto de ações com o objetivo de reduzir as emissões de metano, que hoje
representam cerca de 10% dos gases de efeito estufa emitidos na região. As
reduções prometidas vão de 40% a 45% até o ano de 2025, em relação aos índices
de 2012. A Agência de Proteção Ambiental do país também deve introduzir normas
específicas para novas instalações petrolíferas e de gás. As propostas serão
feitas neste ano e as regulamentações devem começar a valer em 2016.
Em
relação ao compromisso com a Cop21, em Paris, os Estados Unidos apresentaram às
Nações Unidas sua proposta de contribuição. De acordo com a rede Observatório
do Clima, o documento registra a meta, anunciada ainda em 2014, do corte de 26%
a 28% das emissões do país em relação a 2005, sendo o prazo final o ano de
2025.
7. Gás gerado a partir do lixo vira energia no sul do
País
Nesta
semana, o Estado do Rio Grande do Sul recebeu a primeira usina de geração de
energia feita a partir do gás de aterro sanitário do Estado. A construção está
localizada em Minas do Leão, a cerca de 80 km de Porto Alegre. O projeto está
habilitado pela ONU para a venda de créditos de carbono. Estima-se que 3,5 mil
toneladas de resíduos sólidos que são recolhidos diariamente em cidades gaúchas
sejam transformadas em energia limpa. A usina terá capacidade para abastecer
uma cidade de até 80 mil habitantes e contou com investimento de R$ 30 milhões.
8. China pune usinas siderúrgicas poluidoras
A
China, um dos países que mais geram poluentes ao planeta, também tomou medidas
em 2015. O ministério do Meio Ambiente da China ordenou que governos locais em
duas importantes regiões produtoras de aço tomem medidas mais duras contra
usinas poluidoras como parte dos esforços feitos no país para a melhora da
qualidade do ar. Segundo a agência de notícias Reuters Brasil, empresas
chinesas teriam violado leis ambientais e até fornecido dados ambientais
falsos. A China colocou em vigor uma nova legislação ambiental a partir deste
ano e agora pode impor multas ilimitadas e penas de prisão a autoridades do
país que não entrarem em conformidade com os novos padrões exigidos.
9. Investimentos em energia eólica
O
Brasil deve alcançar, no próximo ano, a segunda ou terceira colocação no
ranking de países que mais investem no aproveitamento dos ventos como fonte de
energia, podendo subir para a sexta posição mundial em capacidade instalada. A
previsão é da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
De
acordo com o relatório anual do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC), no
ano passado, o Brasil foi o quarto país no ranking de aumento da capacidade
eólica. Em relação à capacidade instalada, ocupava a décima posição, subindo
três colocações em relação a outros anos. Segundo o estudo, o Brasil é um dos
mercados mais promissores para a energia eólica para os próximos cinco anos.
10. Painéis solares mais baratos
Ter
um painel solar na sua casa vai ficar mais barato. A isenção do Imposto Sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a tecnologia é uma das
conquistas deste ano. A possibilidade de gerar sua própria energia de maneira
mais sustentável e democrática depende que seu Estado esteja entre os que
aderiram à medida, como Pernambuco, São Paulo, Goiás e Minas Gerais.
Informe-se: se o seu Estado não está na lista, é hora de pressionar o governo.
Fonte
Terra - Sustentabilidade