A
vida de um profissional de direito, seja ele o advogado ou o sócio do
escritório, normalmente é muito voltada para o exercício jurídico e pouco para
outras disciplinas, como marketing, tecnologia, RH, administração etc. O grande
objetivo do marketing é gerar novos negócios para suportar o crescimento da
empresa, em linha com o planejamento estratégico. Já o marketing jurídico faz a
junção dos mundos, trazendo todos os objetivos de marketing existentes para uma
organização e contrapesando-os com o que é pertinente do escritório fazer.
O
Código de Ética, sobre o qual já falamos em um artigo no ano passado, impõe
algumas limitações e restrições, que envolve até a concepção do logotipo, marca
e cores utilizadas – a advocacia, ao contrário de outros tipos de negócio, deve
ter um tom mais sóbrio. Existe um mito que diz que o marketing jurídico é
proibido, desnecessário e caro para o escritório, mas isso não é verdade. Para
tornar isso mais claro, vamos dar algumas dicas de marketing jurídico para
esclarecer quais tipos de ações podem ser feitas, sem que se infrinja o código
de ética da OAB:
1. Tenha bom senso
Antes
de tudo, é importante entendermos que, mais do que se basear no código de
ética, é preciso ter bom senso e se pensar o que é pertinente e o que não é na
hora de divulgar os serviços do escritório. Assim, decida se os elementos
utilizados na estratégia de marketing realmente fazem sentido, se no fim das
contas ela irá gerar o respeito desejado.
2. Publicidade e propaganda no jurídico
Existe
sim uma limitação, o que faz muito sentido. Anunciar em uma mídia de massa como
TV ou revista, é uma estratégia muito varejista e pode tirar a credibilidade do
escritório. Faz muito mais sentido para uma empresa que tenha disponibilidade
de produto em todo o território nacional, por exemplo. Por isso, opte por
divulgar em mídias específicas do jurídico, caso tenha disponibilidade
financeira para isso.
3. Alinhe o marketing aos objetivos de negócio
Como
todo negócio, o escritório de advocacia precisa ter um plano de negócios. Pode
ser um simples documento, mas é necessário que ele exista e esteja alinhado com
sócios e colaboradores. Devem estar inclusos aspectos como os objetivos do
escritório, onde se deseja chegar, faturamento e quantidade de clientes a serem
atingidos, entre outros.
4. Determinação de uma região de atuação
Todo
negócio precisa ter um foco. Escolher uma região de atuação é o primeiro passo.
Se o seu escritório possui uma limitação geográfica, é importante que você
determine de qual região são os clientes que você deseja atender – assim fica
mais fácil saber de que maneira atrair os clientes daquela região, qual o seu
comportamento, o que procuram etc.
5. Determinar uma especialização
O
direito tem várias ramificações ou áreas de especialização. Quando o escritório
está começando, normalmente assume casos de diversas áreas do direito e atua de
maneira mais genérica para a capitalização do negócio. Mas é importante que,
com o passar do tempo, se defina um foco do direito para que a comunicação de
mkt seja mais assertiva, direcionada e segmentada.
6. Definir quem é o cliente ideal
Uma
vez definidas a região, a área de atuação, os objetivos do negócio e demais
aspectos, é muito importante definir qual é o perfil da empresa/pessoa que o
escritório deseja atender ou que é mais pertinente dentro daquelas
especificações, qual o comportamento, o porte e segmento (no caso de empresas),
seus interesses.
7. Estruturar o marketing
Com
o posicionamento do escritório definido, é necessário estruturar o marketing
antes de iniciar as ações. Isso significa determinar o logotipo, o processo de
concepção da marca, que naturalmente será muito menos genérico, pois o
escritório já determinou seu posicionamento. Invista em ter uma boa marca,
materiais impressos de nível profissional, também é essencial possuir um belo
cartão de visitas, um bom folder para deixar em reuniões, o logotipo que
traspasse seriedade. Tudo isso faz a diferença.
8. Site desenvolvido para negócios
Mais
do que passar uma imagem profissional – premissa para o marketing jurídico -,
deve-se ter um site capaz de transmitir a mensagem que o escritório deseja
passar, deixar claro o seu posicionamento, região de atuação etc. Para que isso
reflita na atração de clientes potenciais. O site é uma ferramenta de geração
de negócios, pois, dificilmente um cliente não estará no ambiente online, ao
passo que, se o seu site for amador, mesmo que o seu serviço seja de qualidade,
isso pode refletir na eliminação durante o processo de avaliação do cliente.
9. Aparência do escritório e seus profissionais
Uma
vez que a advocacia demanda o relacionamento entre pessoas, a aparência dos
profissionais deve ser condizente com o posicionamento do escritório. Existe um
paradigma que o advogado precisa estar sempre trajado de terno e gravata, no
entanto, um advogado que recebe uma pessoa física ou representante de uma
micro/pequena empresa no seu ambiente, não necessariamente precisa estar tão
formal, para não destoar de seu cliente.
Entenda ainda melhor como fazer marketing jurídico
Seguindo
essas dicas, se tornará mais fácil aplicar o marketing jurídico no seu trabalho
e implantar as ações mais pertinentes para conquistar credibilidade no mercado.
Hoje, existem metodologias de marketing amplamente utilizadas pelas empresas,
como processos que fazem um mix de técnicas de marketing, por exemplo, e podem
ser bastante úteis também. Grande parte desse conteúdo pode ser explicado ainda
mais a fundo em nosso último webinar, Marketing jurídico: expectativas,
realidade e prática – basta criar um login gratuito. Não deixe de assistir,
temos certeza que será de grande valia para você.
Por
Gabriela Schellenberg Pedro Bom Kaled
Fonte
JusBrasil Notícias