O
desejo de construir a carreira na empresa dos seus sonhos está nas mãos de um
estranho que vai gastar poucos segundos pensando em você. Essa
é a realidade de todo profissional, já que o futuro em uma companhia começa
sempre com o simples ato de enviar o currículo para análise. Então
é preciso caprichar: o conteúdo tem de ser enxuto, claro, bem organizado e não
pode, jamais, expor o candidato ao ridículo.
"Já
recebi currículos com selfies, fotos em baladas e até mesmo com o candidato
segurando uma cerveja", afirma Letícia Gomes, analista de RH da Goomark,
empresa de comunicação e marketing digital.
O tempo para impressionar um recrutador é muito curto.
O tempo para impressionar um recrutador é muito curto.
"Em
até 40 segundos, conseguimos definir o perfil técnico e os principais objetivos
profissionais de um candidato", diz Marília Evangelista, consultora da
Asap, especializada em recrutamento de executivos.
Segundo
pesquisa feita pelo TheLadders, serviço norte-americano de procura de empregos,
esse tempo é, em média, de seis segundos.
"Acredito
que o número dessa pesquisa seja um pouco exagerado, mas vejo que recrutadores
levam, no máximo, de 2 a 3 minutos por currículo", afirma Rodrigo Parisi,
diretor da Hays, empresa de recrutamento.
A
quantidade de currículos que um recrutador recebe varia de acordo com a empresa
e a vaga, mas pode chegar facilmente a centenas.
Conciso e direto
Os
recrutadores analisam, principalmente, dois pontos: experiência profissional e
formação educacional, nessa ordem.
Os
dados que o recrutador presta mais atenção são os lugares em que o candidato
trabalhou e o tempo que passou em cada empresa.
Para
Letícia Gomes, três é o número máximo de experiências profissionais descritas,
podendo ser as últimas ou as que tenham mais relação com aquela vaga.
Marília
Evangelista diz que há exceções. "Quando o candidato tem uma carreira
longa, é possível colocar mais. Sugiro que a descrição cubra um período de dez
anos da vida profissional".
Quatro
informações sobre sua experiência são cruciais: nome e breve descrição da
empresa, tempo que trabalhou, atividades que desempenhava e resultados obtidos.
"Os
resultados não são apenas números. Se eles não podem ser medidos dessa forma,
cite projetos importantes de que participou, por exemplo", diz Parisi.
É
importante ser conciso, organizar em tópicos e utilizar palavras-chave que
tenham ligação com a função.
Formação educacional
Depois
de descartar todos os candidatos cuja experiência profissional descrita não
interessa, o ponto analisado será a formação.
Graduação,
pós e MBAs não podem faltar. Outros cursos relevantes são interessantes, desde
que sejam ligados à área da vaga pretendida, afirma Parisi.
No
campo de idiomas, use o formato clássico para descrever seu conhecimento:
básico, intermediário, avançado e fluente.
Erros comuns no currículo
1. Informações demais
As
informações têm que ser curtas e precisas, o mínimo possível. Não é necessário
elaborar muito, até porque tudo será discutido com mais detalhes em uma eventual
entrevista. O currículo tem que ter apenas uma página. Duas, dependendo do
caso, é o limite,
2. Fotos ou imagens
É
melhor evitar. Uma foto bem colocada, formal, não será ruim. Mas muitos erram
na dose e chegam a colocar fotos em festas ou com bebidas alcoólicas, afirma
Letícia Gomes. Parisi diz que é melhor deixar as fotos para vagas em que elas
sejam relevantes, como ator ou modelo.
3. Design diferente
Em
empresas que trabalham com a criatividade, como agências de publicidade, enviar
um currículo com desenho diferente pode ser um chamariz. Mas o melhor é não
inventar. Utilize apenas duas cores e efeitos como negrito, letras maiúsculas,
subtítulo, título e sublinhado. "Um currículo muito poluído pode ser
descartado pela dificuldade de achar as informações", diz Letícia Gomes.
4. Formato do arquivo
Envie
o arquivo em anexo ao email, de preferência em formato PDF. É o mais fácil para
recrutadores abrirem e acessarem, não permite edições e evita problemas de
compatibilidade de programas de computador. "Arquivos em Word também não
são problemáticos, ainda que o PDF esteja ficando mais comum", afirma Marília
Evangelista.
5. Nunca mentir
O
ponto mais importante é garantir que as informações sejam verdadeiras, diz
Marília Evangelista. O currículo tem que estar de acordo com o histórico do
profissional, até porque os recrutadores podem detectar facilmente as mentiras
nas etapas seguintes.
Por
Ricardo Marchesan - Marília Evangelista,
consultora da Asap, Rodrigo Parisi, diretor da Hays e Letícia Gomes, analista
de RH
Fonte
UOL Empregos & Carreiras