sexta-feira, 26 de setembro de 2014

PREVIDÊNCIA RENDE MAIS PARA QUEM CONHECE OS PLANOS

Não adianta esperar por um grande retorno se a carteira estiver em renda fixa, dizem consultores

Quem pretende adquirir um plano de previdência complementar, com melhor rentabilidade, precisa saber os tipos de carteira que existem, feitos conforme o perfil do segurado. Para consultores, não adianta esperar uma grande rentabilidade se todos os ativos do plano estiverem alocados em renda fixa. Ou seja, quanto mais rentável, maior o risco.
As previdências mais conservadoras aplicam em papéis de baixo risco, como títulos do Tesouro Direto. Nas moderadas, destina-se pequeno percentual à renda variável, como fundos imobiliários.
As mais arrojadas alocam até 49% do mix — limite máximo permitido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) — em renda variável. Embora essa seja a composição mais recomendada para quem deseja um retorno satisfatório no longo prazo, não é a primeira escolha dos investidores.
“O investidor anda muito avesso ao risco nos planos de previdência. Mais de 90% da indústria são concentrados em renda fixa”, afirma o superintendente de Produtos de Previdência da Icatu Seguros, Sérgio Prates.
Parte dessa cultura deve-se à um período em que a renda fixa brilhava sozinha no Brasil. Em 1993, eram necessários apenas três anos [/DE PLANOS]para dobrar o capital investido.
Isso porque a Selic, a taxa básica de juros, despencou de lá para cá: em outubro de 1997, a taxa batia 45% ao ano. Hoje, está mantida em 11%.
Na opinião do planejador financeiro e autor do livro “Meu Planejamento Financeiro”, Valter Police Júnior, até os mais conservadores deveriam escolher um plano que aplique algum percentual em renda variável, recomenda. “Se o investidor quiser um rendimento melhor na previdência, precisará assumir algum risco”, orienta.
Assumir risco não significa perder tudo de um dia para outro, explica Police. Mas haverá meses em que a rentabilidade tende a ser incrível, e períodos em que pode ser extremamente ruim.
Quanto mais jovem o investidor, mais ele tem a ganhar com ativos de maior risco no longo prazo, observa Prates, da Icatu Seguros. Já quem inicia um plano de previdência com idade mais avançada deve rever esta estratégia. “O investidor mais velho deve ser conversador e avaliar se vale a pena fazer um plano”, diz.

Entenda a diferença dos modelos à venda no mercado
Existem dois planos de previdência complementar que permitem acumular recursos por um prazo contratado: O PGBL e o VGBL. Durante um período, o dinheiro depositado é investido e rentabilizado pelo escolhido pelo segurado.
O PGBL é indicado para quem utiliza a declaração completa de Imposto de Renda (IR), contribui para a Previdência ou que deseja contribuir até 12% da sua renda bruta anual em previdência.
O VGBL é indicado para os que utilizam a Declaração simplificada de IR ou são isentos, contribuem ou não para a Previdência ou pretendem contribuir mais de 12% da sua renda bruta anual em previdência.
Em ambos, o dinheiro das contribuições não sofre incidência de IR enquanto o dinheiro estiver investido, rendendo mais ao longo do tempo.
No momento do resgate do PGBL, o valor está sujeito à incidência de IR. No VGBL, apenas valores referentes ao rendimento alcançado estão sujeitos à tributação de IR.

Por Taís Laporta
Fonte O Dia Online