quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

COMO NÃO SE ENDIVIDAR COM CARTÃO DE CRÉDITO?


Ele veio para facilitar, mas letras pequenas no contrato, cobrança de tarifas e mal uso podem tornar o cartão de crédito um vilão na vida financeira dos consumidores. Veja dicas do Idec para ajudar os pagadores a usar o cartão com mais responsabilidade.
O cartão de crédito é um meio de pagamento que visa facilitar as compras do consumidor, evitando o uso do dinheiro em espécie, concentrando os gastos realizados durante o mês em uma só conta, prometendo um melhor controle dos gastos, detalhados na fatura. O cartão de crédito também permite parcelar a compra, ou seja, se você quer um artigo muito caro e não tem o valor suficiente, pode “passar no cartão” e dividir o valor total em parcelas, que serão cobradas nas faturas mensais.
Mas é importante ressaltar, dividir valores pequenos em várias parcelas não é uma prática recomendada. A facilidade pode se tornar uma bola de neve de dívidas. “O parcelamento de compras de pequeno valor, mesmo que o estabelecimento ofereça a opção de parcelamento ‘sem juros’, cria a impressão que o gasto foi menor porque dividiu a compra e deixando margem para realização de mais compras, quando na verdade o consumidor está comprometendo a capacidade futura de pagamentos”, orienta a economista do Idec, Ione Amorim.
Alguns estabelecimentos comerciais dividem valores maiores de produtos mais caros em várias parcelas, no entanto para a economista do Instituto, não é uma boa ideia para os consumidores endividados, pois os valores são acrescidos de juros – que muitas vezes considerados pequenos pelos consumidores, mas que com a capacidade de pagamento já está bastante comprometida, devido ao acúmulo das parcelas de outros produtos, torna o risco de endividamento muito mais próximo. Nesse caso, o parcelamento com juros encarece mais a dívida quanto maior for o número de parcelas, jogando para o futuro o endividamento presente.

Pagar contas pelo cartão de crédito pode ser uma armadilha para o consumidor sim!
Este meio de pagamento para contas (de luz, telefone, água) é arriscado porque quando o banco faz publicidade para o consumidor pagar as contas no cartão indicando 40 dias para pagar, não informa que esse prazo ocorre apenas uma vez, no início dos pagamentos, e estes serviços são correntes e a cobrança é realizada mensalmente.  Além disso, os bancos cobram tarifas para cada operação realizada (valores nos maiores bancos variam entre o Banco do Brasil com R$ 3,00 e Santander com R$ 16,00) acrescido de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Ou seja, a conta fica mais cara. “É um péssimo negócio para o pagamento de contas de baixo valor”, explica a economista.

Programa de milhas
Com relação ao programa de milhas ou pontos, ele se torna interessante apenas quando o acumulo de pontos é uma consequência das operações realizadas no cartão de crédito e não o principal objetivo. Porém, se o cartão for utilizado com muita intensidade apenas para acumular os pontos, o consumidor está sendo induzido a gastar mesmo que não tenha a necessidade. O resultado é que em muitas situações os pontos acumulados devido ao pagamento de contas de baixo valor são anulados em função do pagamento de tarifas e encargos.

Pagar o mínimo?
O pagamento mínimo já é o indicativo de descontrole da situação financeira, sobretudo quando o total da fatura apresenta o parcelamento de várias compras de pequenos valor. Esse processo resulta na cobrança de juros sobre juros, dando início ao que o mercado denomina de bola de neve, onde a dívida cresce aceleradamente com taxas de juros média do crédito rotativo superiores a 205% ao ano.

Crédito rotativo
Vale destacar que a taxa básica de juros no Brasil - a taxa Selic - é de 9,5% ao ano enquanto a taxa média de juros do crédito rotativo é superior a 205% ao ano, ou seja, apesar de saber que a taxa do crédito deve ser acrescido dos custos de captação, administração e o risco de inadimplência a taxa os juros do cartão de crédito é 22 vezes maior que a taxa básica do mercado, refletindo a mais cara linha de crédito para pessoas físicas.
Por essa razão, o consumidor deve ficar atento aos parcelamentos de compras e a partir do momento que não conseguir pagar a fatura integralmente no vencimento deve procurar uma linha de crédito com taxa de juros menores, como crédito pessoal ou consignado e liquidar todo o saldo do cartão. No período que estiver pagando o saldo do cartão é recomendável não utilizá-lo para evitar um novo ciclo de dívidas e comprometimento da renda acima da capacidade de pagamento. 

Fonte Idec