Conheça os dez mandamentos para uma bebida de
qualidade. Especialista dá dicas valiosas para apreciadores
"Da escolha do grão ao modo de servir, há procedimentos
que são fundamentais para se obter um bom."
Um
cafezinho sempre cai bem. Mas para ele descer melhor ainda há alguns
procedimentos infalíveis que vão da escolha dos grãos à temperatura da xícara.
Neste dia nacional da bebida, que marca o início da colheita em grande parte
das regiões cafeeiras do país, convidamos o proprietário da rede de lojas Armazém
do Café, Marcos Modiano, a listar os dez mandamentos do café. Vamos a eles:
1)
QUALIDADE DO
GRÃO
“O
café é como um vinho sem álcool. Para saber se ele é bom, devemos observar a
procedência. A zona produtora é um bom indício. Os bons cafés são colhidos
acima de um nível de corte de 700 metros e em uma temperatura ambiente entre 18
a 22 graus. Quanto mais altitude, mais o café tende a ser de boa qualidade por
causa do solo e do clima. No Brasil, são conhecidas as regiões de Alta Mogiana
Paulista, sul de Minas (Machado, Três Pontas, Carmo de Minas), Norte do Paraná
(Londrina), Espírito Santo, Cerrado Baiano e Pernambuco. Além da procedência,
se possível, é bom observar ainda safra e estocagem”.
2)
FRESCOR
“Nada
como o aroma e o sabor de um café fresco tirado na hora. Por isso, o sucesso do
expresso, que é fresco a cada xícara. Se o café é algo bom para a saúde, café
requentado é igual a veneno”.
3)
NADA DE FORTE
OU EXTRAFORTE
“O
café comercializado como forte, em geral, tem qualidade inferior e torração
mais escura, o que o deixa com gosto amargo e áspero. Havia uma tendência das
indústrias brasileiras de torrar muito o grão para misturar as impurezas e
fazer o saco render mais. Hoje não é mais assim, mas o hábito de tomar café
forte ficou. Ao contrário dos americanos, que preferem o chafé. Eu defendo que
o café tem que ter aroma, gosto, mas não ser rasgante. Um café encorpado não é
necessariamente forte. Ele não pode ser aguado e deve deixar um retrogosto, que
você sente mesmo quando acaba de engolir a bebida”.
4)
COR
“A
torra tem que ser adequada, e a cor deve ser marrom chocolate. Para identificar
isso, só comprando o café em grãos. Em pó não dá para distinguir”.
5)
MOAGEM
INSTANTÂNEA
“Quem
tem tempo e pode fazer do preparo do café um hobby deve investir no café
torrado e num moedor elétrico. O ideal é armazenar o café moído em uma lata
hermeticamente fechada. Assim é possível se ter um café fresco a toda hora”.
6)
DOSAGEM
“O
ideal é 7 a 7,5 gramas de pó por canopla de café”.
7)
TEMPERATURA DO
CAFÉ
“O
indicado é 75º C na xícara. Ele não pode ser extremamente pelante. É o tempo de
tirar da máquina ou do fogão. Em casa, não pode deixar a água ferver. O momento
em que ela começa a fazer as bolinhas é o ideal para desligar o fogo, senão
corre-se o risco de queimar o café”.
8)
TEMPERATURA DA
XÍCARA
“Ela
deve sempre estar esquentada quando o café for servido. Não há nada pior que
pegar uma xícara gelada na hora de tomar um cafezinho quente”.
9)
QUALIDADE DA
ÁGUA
“A
água influencia o aroma do café, por isso é importante usar a filtrada. Apesar
de a fervura retirar as impurezas, a água da torneira tem cloro, o que produz
alterações no sabor”.
10)
CREMOSIDADE
“É
fator fundamental para um bom café expresso, por isso deve ser consistente e
espessa. Ela produz um bonito efeito visual ao criar uma textura sobre o
líquido e contribui para prolongar o aroma..”.
Por
Fernanda Baldioti
Fonte
O Globo Online