Gestores devem estar atentos à questão do salário
emocional para manter suas equipes motivadas
A
satisfação no mundo corporativo, mais do que nunca, está hoje diretamente
ligada a um bom ambiente de trabalho e às perspectivas de crescimento, e não
necessariamente à alta remuneração. Cada vez mais profissionais, inclusive os
da Geração Y, valorizam o chamado salário emocional, conjunto de fatores que
fazem as pessoas desejarem permanecer na empresa, explica a coach e diretora da
Pro-Fit, Eliana Dutra.
Mas
que fatores são esses? O salário emocional pode ser representado, segundo Ylana
Miller, sócia-diretora da Yluminarh e professora do Ibmec, pelo somatório de
estilo de liderança, ambiente de trabalho e oportunidades de desenvolvimento de
carreira.
Líder
tem influência direta na qualidade do salário emocional
O
salário emocional, dizem especialistas, sofre influência direta do papel que o
líder desempenha junto à equipe e está intimamente ligado ao desenvolvimento, à
oportunidade de aprendizado e ao progresso na carreira:
—
Pesquisas já apontam, há mais de três décadas, que as pessoas não trocam de
emprego e, sim, de chefe. Como a maioria dos presidentes e executivos das
empresas foca apenas nos resultados, não entende a importância desse salário
emocional para os seus funcionários — diz Eliana, acrescentando que a natureza
da atividade desenvolvida, o sentimento de que sua contribuição faz diferença
para a organização e as perspectivas de desenvolvimento aparecem nos primeiros
lugares, antes mesmo de remuneração, na lista de critérios dos profissionais
para não mudar de emprego.
Segundo
a coach, as consequências do comportamento do líder que só olha para os
resultados é a ocorrência de assédio moral e desestímulo de seus colaboradores:
—
A humilhação tem um efeito cascata, pois é passada do presidente para os seus
diretores, desses para seus colaboradores, e assim por diante. É necessário
preparação dos líderes para que possam perceber a real importância do salário
emocional e como este pode auxiliá-lo a obter os melhores resultados de sua
equipe.
Para
tornar o salário emocional concreto e eficaz, as empresas — e seus gestores —
devem investir em ações de retenção, como criar possibilidades reais de
progresso, de crescimento pessoal, novos desafios etc:
—
Não existe uma fórmula única, e sim um somatório de atitudes — diz Ylana.
Aprendizado
deve ser estendido aos gestores
Esse
aprendizado, no entanto, não deve estar restrito aos empregados. Para que os
líderes possam contribuir efetivamente com suas equipes, diz Eliana, é
essencial que estes também passem por programas de gestão, liderança e,
principalmente, de coaching:
—
Assim, eles poderão desenvolver a habilidade de ouvir seus funcionários e
estimulá-los na busca de soluções.
Ylana
é da mesma opinião: ela acredita que a liderança pode ser desenvolvida, sim:
—
As habilidades do líder resultam de uma combinação de experiências de vida, mas
também podem ser aprendidas. Investir na capacitação dos líderes deve ser
prioridade na agenda das organizações.
Por
Ione Luques
Fonte
O Globo Online