A
DOENÇA AFETA PRINCIPALMENTE O SISTEMA LINFÁTICO, QUE É FORMADO POR
UMA REDE DE VASOS ESPALHADOS POR TODO O CORPO
Os
tumores são um grande problema da Medicina Veterinária atual por
causa da falta de cura. Eles estão entre as principais causas de
morte em 32% dos gatos domésticos. A prevalência desta patologia
tende a crescer devido a vários fatores, mas, em grande parte, é o
resultado do aumento da esperança de vida dos pets. Por isso é
importante os donos conhecerem sobre os tipos de câncer , como o
linfoma felino.
O
linfoma é uma neoplasia maligna, correspondendo a aproximadamente um
terço de todos os tumores que atingem a espécie. Os adultos e
idosos são os mais afetados pela doença, mas os jovens também são
suscetíveis. Além disso, estudos mostraram que machos e siameses
apresentam maior disposição para desenvolver o linfoma felino.
Como
o próprio nome já denuncia, a patologia afeta principalmente o
sistema linfático, que é formado por uma rede de vasos espalhados
por todo o corpo. Ele é um importante componente do sistema
imunológico, pois colabora para a proteção contra bactérias e
vírus invasores no organismo. Dentre as regiões do corpo que são
atingidas estão os órgãos internos e linfonodos.
Por
ser uma doença sem cura e mortal, os donos devem se precaver. Dessa
forma, é importante conhecer as causas, seus sintomas, os outros
tipos de linfoma e qual o melhor tratamento.
CAUSAS
DO LINFOMA FELINO
As
causas dessa patologia ainda são incertas, mas acredita-se que está
intimamente relacionada com a infecção por Imunodeficiência felina
(FIV) e Leucemia felina (FeLV) , assim como a exposição ao fumo,
quadros de inflamação prolongados e alteração do sistema imune.
De
acordo com estudos, os gatos portadores do vírus da leucemia são 60
vezes mais propensos a desenvolver o linfoma. Enquanto isso, animais
que vivem em famílias fumantes são duas vezes mais propensos a
adoecerem.
SINTOMAS
Os
sintomas do linfoma variam muito conforme o órgão ou tecido
atingido, mas existem alguns sinais que são comuns, como perda de
apetite, perda de peso, depressão, letargia (animais fica apático)
e inchaço dos nódulos.
Esses
nódulos recebem o nome popular de "ínguas". Estão
situados pelo corpo todo e perto da superfície da pele abaixo do
pescoço, nas axilas, nos ombros, na parte traseira das pernas e nas
virilhas.
Entretanto,
apenas de existir alguns sintomas comuns, outros podem aparecer
dependendo do tipo de linfoma.
TIPOS
DE LINFOMA
ALIMENTAR
O
linfoma alimentar é caracterizado pela infiltração do tumor no
sistema gastrointestinal, afetando o estômago, intestinos, fígado e
baço. O intestino delgado é comumente mais afetado e, nesses casos,
a doença é denominada linfoma intestinal. Esse é o tipo mais comum
de linfoma, sendo mais propenso em gatos com idade média entre 8 a 9
anos.
Dentre
os sintomas, estão perda de peso, vômito, diarreia, anorexia,
letargia e fezes com sangue. Fora os sinais, essa doença pode ser
diagnosticada através da palpação, já que há maior presença de
massa abdominal e intestinal, devido à manifestação do tumor.
EXTRANODAL
O
linfoma extranodal costuma atingir qualquer tecido corporal. Os
sintomas da doença estão relacionados aos órgãos afetados,
geralmente envolvendo o sistema nervoso, rins, olhos ou um único
tecido.
OCULAR:
o linfoma ocular ocorre com maior frequência em gatos do que em
cães. Os sintomas incluem conjuntivite, doenças oculares,
hemorragia, descolamento da retina, aversão à luz, afecção
retinal e infiltração do nervo óptico.
RENAL:
o linfoma renal é relativamente comum nos gatos e seus sintomas se
relacionam a insuficiência renal e irregularidades no órgão, pois
os rins são afetados. A progressão desse tipo de tumor está
relacionado com a manifestação no Sistema Nervoso Central,
ocorrendo de 40 a 50% dos casos.
SISTEMA
NERVOSO CENTRAL: geralmente ocorre com multicêntrico (outro
tipo de linfoma) e frequentemente afeta gatos que foram primariamente
atingidos com linfoma renal. Convulsões, paralisia e paresia estão
entre os sintomas da doença. Em alguns casos, o tumor pode se
expandir para o Sistema Nervoso Periférico, ocasionando desconforto
respiratório, anorexia, letargia, atrofia muscular e mudanças
comportamentais.
NASAL:
tumor aparece geralmente em animais de 8 a 10 anos. Seus sintomas
incluem dificuldade para respirar, sangramento, corrimento nasal,
secreção nasal, deformidade nasal, espirros, letargia, anorexia e
perda de peso.
MULTICÊNTRICO
Esse
linfoma se caracteriza por atingir vários gânglios e órgãos
diferentes, como baço, fígado, rins e medula óssea. Os sintomas
irão depender do local afetado, mas normalmente incluem anorexia,
mucosas pálidas, perda de peso, depressão e caquexia, um grau
extremo de enfraquecimento.
Em
situações mais raras, o gato pode apresentar lesões oculares,
distúrbio de sangramento, sinais neurológicos e infecções. Na
maioria dos casos, felinos que desenvolveram o linfoma multicêntrico
eram positivos para FIV.
DIAGNÓSTICO
DA DOENÇA
Como
todas as doenças, assim que notar so sintomas leve seu bichano para
o veterinário. O diagnóstico deve ser feito com base numa completa
história clínica, associada a exames complementares, como teste de
hemograma, perfil bioquímico e análise de urina.
O
animal também precisará ser testado para FeLV e FIV. Para chegar
num diagnóstico definitivo, deve ser obtido com radiografia ou
ultrassom e posteriormente citologia/biópsia da massa e biópsia
medular.
TRATAMENTO
A
quimioterapia é o principal tratamento para linfoma felino. Isso não
é uma cura, mas pode ajudar a retardar o tumor e estender o tempo de
vida do pet. Em média, de 50 a 80% dos gatos apresentam resultados
positivos com a quimio, tendo seis meses de sobrevivência. Animais
não infectados por FeLV tem maior probabilidade de sobreviver.
No
entanto, mesmo que o gatinho tolere a quimioterapia, outros efeitos
colaterais podem aparecer e afetá-lo, como anorexia e letargia. Por
isso, a melhor forma de lidar com o linfoma felino é diagnosticando
no estágio inicial. Se estiver em uma região de fácil acesso e
esteja limitado, é possível realizar a remoção do tumor por meios
cirúrgicos, dispensando a quimio.
Fonte
Canal do Pet - iG