Mulheres mais jovem acreditam que conciliar vida
profissional e pessoal é o que mais atrapalha. Já as mais seniores apontam a
diferença de estilos
As
mulheres estão estudando mais. Mas, de acordo com dados do IBGE divulgados esta
semana, quanto mais a formação acadêmica delas aumenta, maior a diferença
salarial com relação aos homens.
O
salário não é, contudo, o único problema. Apenas 19% das executivas acreditam
que têm as mesmas chances de promoção que homens tão qualificados quanto elas,
segundo levantamento da Bain & Co.
A
razão para isso? A consultoria Bain conversou com 514 pessoas e mapeou os 3
principais fatores que impedem as mulheres de avançarem na carreira. Confira
alguns dos resultados da pesquisa “Sem atalhos: o caminho das mulheres para
alcaçarem o topo” divulgada esta semana:
1 Conciliar vida pessoal e profissional
Quase
metade (45%) dos entrevistados apontaram o “conflito de prioridades” como o
principal fator para que as mulheres não cheguem ao topo da carreira. Para 66%
de quem acredita nesta premissa, as mulheres abrem mão da ascensão profissional
para ter uma vida mais equilibrada.
E,
neste ponto, a família tem um peso importante para este grupo: 55% dos que
apostam nesta ideia afirma que as mulheres priorizam mais a família do que o
trabalho enquanto 46% acredita que elas são mais bem preparadas para cuidar da
família do que os homens.
O
perfil de quem optou por este fator explica o que está por trás das opiniões. A
maioria dos homens entrevistados (52%) marcou esta opção, enquanto 38% das
mulheres que acredita nisso são jovens e ocupam posições juniores, que,
provavelmente, estão enfrentando este tipo de conflito no momento, segundo a
consultora da Bain.
2 Diferença de estilos
As
mulheres em cargos mais elevados na hierarquia , por sua vez, tendem a
acreditar que a diferença de estilos entre os gêneros é o que mais atrapalha o
crescimento delas na carreira. Ao todo, 41% das entrevistadas apontaram isso
como o principal entrave para a trajetória profissional feminina. No total,
elas representam 64% do grupo que crê neste fato.
Para
88% do grupo, os chefes são mais propensos a promover ou indicar profissionais
com um estilo semelhante ao deles mesmos. Como os homens são maioria nos cargos
de liderança, a consequência não poderia ser mais óbvia.
Um
dado que pode comprovar esta tese: 24% dos homens que acreditam que a diferença
de estilos é um empecilho são presidentes de empresa ou conselheiros.
Por
outro lado, segundo 57% dos que optaram por esta explicação, as mulheres falham
em fazer menos marketing pessoal.
3 Viés organizacional
Com
23% dos votos, o grupo mais pessimista de todos é composto majoritariamente por
pessoas mais jovens e que ocupam posições juniores. Para 50% deles, os líderes
homens são mais propensos a promover ou indicar profissionais com um estilo
semelhante ao deles.
Trinta
e sete por cento de quem integra este grupo também acredita que algumas
posições e setores são mais coerentes com homens e para 35%, há menos mulheres
com experiência necessária.
“Pela
idade e inexperiência, as pessoas desse grupo precisariam ver mais exemplos de
mulheres em lugares de liderança para apreciar um estilo alternativo de
direção”, afirma o estudo da Bain.
Por
Talita Abrantes
Fonte
Exame.com