sábado, 7 de dezembro de 2024

TUDO SOBRE GATOS: HIGIENE, SAÚDE E ENTRE OUTROS CUIDADOS


1 – A ORIGEM DO GATO
A família dos felídeos existe na Terra há milhões de anos, e os primeiros gatos domesticados pelo homem viveram no Egito antigo há cerca de 5.000 anos. Eles eram usados para o controle de pragas devido à sua extraordinária força, agilidade e determinação para a caça, sendo considerados sagrados como os deuses e adorados como companheiros. A primeira espécie domesticada foi o Felix libyca (atual gato selvagem africano).
Do extremo oriente, o gato popularizou-se na China e Itália, conquistando então toda a Europa. Sofrendo, na Idade Média, uma forte campanha de extermínio, pois supersticiosos acreditavam que as bruxas podiam se transformar em gatos, pelo seu comportamento perspicaz e inteligente. No século XVIII, porém, a presença dos gatos passou a ser constante nos lares e no final do século XIX aconteciam as primeiras exposições. A espécie doméstica que se popularizou é a Felix catus ou gato doméstico.
Ao contrário do cão, o gato conserva mais fielmente suas origens. Os instintos de caça, a sutileza, a atenção que presta aos arredores, a excelente visão e a captura melindrosa e lúdica que praticam, fazem do gato um animal bem próximo dos seus parentes silvestres, sendo muitas vezes considerado traiçoeiro e desapegado, embora seja um ótimo companheiro, aprecie um bom carinho e proporcione um ar de tranqüilidade e elegância na casa. Para tornar-se amigo de um gato, basta respeitar a sua natureza, entendê-lo e tratá-lo atenciosamente, de acordo com as suas verdadeiras necessidades.

2 – ESCOLHA E ADAPTAÇÃO DO GATO
O gato é o animal de estimação certo para pessoas que precisam passar grande parte do dia fora de casa ou que viajam com freqüência, e também para pessoas que simplesmente gostam de gatos, pois proporcionam companhia, mas são, ao mesmo tempo, mais independentes que os outros animais domésticos.
Ao se decidir por adquirir um gato, a decisão será sobre ser um filhote ou um adulto, um macho ou uma fêmea e se é importante que tenha pedigree. Um filhote é geralmente mais atraente, mas precisará de mais cuidados e treinamento que um gato adulto. Sua principal vantagem é a adaptação mais fácil ao novo lar. Ao se decidir por um gato adulto, será necessário deixá-lo preso nos primeiros dias para evitar que ele tente voltar para a casa anterior.
Quanto ao sexo, é preciso lembrar que o macho não castrado pode se tornar briguento e voltar para a casa machucado, e que a fêmea não castrada pode ter gestação indesejada, se não for impedida de sair durante o cio. Quando castrados, os gatos de ambos os sexos se tornam mais carinhosos, sendo a melhor opção quando não se deseja obter crias.
O pedigree é importante somente se o proprietário desejar levar o gato a exposições ou ser um criador, mas se a opção pelo gato em casa é simplesmente por se desejar uma companhia, não será necessário pedigree podendo-se optar por um gato de raça, sem pedigree, mais barato, ou mesmo por um mestiço.
Quando o proprietário fica fora de casa o dia inteiro e tem condições financeiras e espaço, a melhor opção é um casal, para que um faça companhia ao outro, evitando a solidão. Quanto à raça, a escolha é uma questão de gosto, mas deve-se lembrar que os Persas precisam ser escovados todos os dias e os Siameses e Birmaneses são exigentes e barulhentos, além de amadurecem mais cedo.
O gato a ser escolhido deve ser brincalhão e ativo. A pelagem deve ser macia e desembaraçada, sem pulgas ou carrapatos; os olhos devem estar limpos e o nariz, úmido; as orelhas devem estar limpas e secas; e a região anal deve estar limpa, sem sinais de diarréia. Os gatos comprados em lojas de animais devem ser examinados com maior atenção, pois são importantes locais de disseminação de doenças. Quando a opção é por um filhote, deve-se procurar conhecer também os pais, pois a sua personalidade quando adulto está muito relacionada com a dos pais.
Antes da chegada do gatinho, devem ser providenciados alguns utensílios indispensáveis: bandeja sanitária, cama, recipientes para água e comida, escovas e pentes para toalete, caixa para transporte e coleira elástica com identificação (que não estrangule o gato se ficar presa). Além disso, deve-se providenciar também um poste onde possa arranhar e afiar as unhas caso não possa sair (evitando que utilize os móveis para esse fim) e brinquedos (devem ser evitados os de borracha macia e lã, que podem causar problemas se engolidos). Objetos que representam perigo devem ser retirados do seu alcance. Se houver outros animais na casa, um filhote será melhor aceito, deixando que o gatinho explore a casa antes do primeiro contato com os outros animais e o qual deve ser supervisionado pelo proprietário, que necessitará dar a mesma atenção aos outros animais e ao novo gatinho.

3 – ABRIGO E HIGIENIZAÇÃO
O gato deve ter sua própria cama, mesmo que costume descansar em outros locais da casa, para que tenha um lugar onde se sinta seguro e possa se refugiar quando estiver com medo ou doente. A cama deve ser confortável e quente, e colocada em um local sem corrente de ar, tornando-se convidativa.
Ao viajar com o gato, recomenda-se levar a bandeja sanitária, além de comida, água, pratos, cama, brinquedo e caixa de transporte. Mesmo que seja apenas uma ida ao veterinário, é bom que seja sempre levado dentro da caixa de transporte, que deve ser bem ventilada, fácil de limpar e de carregar. Ao mudar de casa, o proprietário deve manter o gato preso durante alguns dias na nova residência oferecendo-lhe comida e água fresca assim que chegar para que se acostume logo. Antes de deixá-lo sair, será bom colocar-lhe uma coleira com nome e identificação. Certas plantas, como jibóia, comigo-ninguém-pode, hera, orelha-de-elefante, bico-de-papagaio, espirradeira, azaléia e agárico são venenosas para o gato.
É fácil ensinar o gatinho a usar a bandeja de dejetos, pois tratam-se de animais limpos por natureza. Quando ele estiver em posição de urinar ou defecar, leve-o para a caixa de areia, que deve estar razoavelmente limpa e em local tranqüilo. Esfregar-lhe o focinho nos dejetos quando fizer suas necessidades em locais inadequados não o demoverá da idéia, pelo contrário, ele associará o cheiro ao local e voltará para utilizá-lo como seu “banheiro permanente”. O lugar deve ser perfeitamente limpo para evitar repetição.

4 – ALIMENTAÇÃO CORRETA
Com três semanas de idade, o gatinho pode começar a ser desmamado. Para isto, pode-se complementar o aleitamento com leite em pó para recém-nascidos diluído em água filtrada. Com quatro semanas, esse leite pode ser acrescido de cereal infantil e oferecido quatro vezes ao dia, à vontade; com cinco semanas, uma das refeições pode ser substituída por ração moída para gatos; de seis a oito semanas, a quantidade de alimentos sólidos deve ser aumentada e as outras mamadas devem ser substituídas aos poucos por ração moída; a partir de oito semanas, os filhotes já estão completamente desmamados, ingerindo ração seca em grãos, tendo água fresca sempre à sua disposição.
Após o período de desmame, o gato deve ser alimentado exclusivamente com ração, preferencialmente seca. Até um ano de idade, o gatinho deve ser alimentado com ração para filhotes e, após, com ração para adultos. Pode-se mudar periodicamente o sabor da ração para que o gato se alimente com maior avidez. A quantidade e a freqüência devem ser seguidas de acordo com as instruções do fabricante.
Não deve ser acrescentado à dieta nenhum tipo de alimento caseiro ou leite, pois a ração já é corretamente balanceada com tudo o que o animal precisa para se desenvolver e ter uma boa saúde. Também não devem ser oferecidos ao gato restos de carne, ossos de galinha ou ração para cães, essa última por não conter os ingredientes necessários para a boa saúde do gato. A alimentação incorreta pode levar o animal a desenvolver doenças nutricionais.
Se o animal recusar comida por mais de 24 horas, deve ser levado ao veterinário.

5 – A SAÚDE DO GATO
Cuidar da saúde de um gato começa com a prevenção. Todos os gatos necessitam de vacinação e vermifugação periódicas. A gata deve ser vermifugada antes da cobertura e os filhotes aos 20 dias de idade, sempre com vermífugos receitados por um médico veterinário. A vacinação tem início aos dois meses de idade, com reforços aos três e quatro meses, protegendo os filhotes de doenças virais como a panleucopenia felina, rinotraqueíte e calicivirose, que podem levá-los à morte. Aos quatro meses, o filhote também é vacinado contra a raiva, uma doença fatal transmissível ao homem e que também atinge os gatos, não somente os cães, como muitos pensam. Uma vez por ano, todos os gatos devem ser revacinados com uma dose de vacina quádrupla e uma dose de anti-rábica para manter a proteção.
Além dessas duas medidas fundamentais, a vacinação e a vermifugação, outros cuidados bem simples devem ser tomados em relação ao gato:
• Oferecer-lhe uma boa alimentação, de preferência baseada exclusivamente em ração de boa qualidade;
• Manter sempre água fresca e limpa à sua disposição;
• Evitar que ele coma demais e torne-se obeso;
• Evitar viagens ao litoral sem a consulta prévia a um veterinário;
• Nunca dar-lhe ossos de galinha e o impedi-lo de caçar e comer ratos ou outros animais;
• Manter seu ambiente limpo, recolhendo as fezes todos os dias e limpando a caixa de areia;
• Cuidar bem de sua pelagem e evitar situações de estresse.

Algumas doenças do gato podem ser transmitidas aos seres humanos, como a raiva, a toxoplasmose e as micoses da pele.
São as chamadas zoonoses. É importante manter as precauções básicas para evitar tais doenças:
• Lavar as mãos sempre que brincar ou acariciar o animal;
• Não permitir que crianças nem mulheres gestantes tenham contato com as fezes do gato;
• Para limpar as bandejas sanitárias, usar luvas como as de jardinagem;
• Limpar e desinfetar toda mordida ou arranhadura causada por gato;
• Manter a vacinação do animal em dia.

6 – CUIDADOS GERAIS
O gato é um animal que costuma se manter limpo, dedicando grande parte do seu tempo a se lamber. Porém, o proprietário deve ainda tomar alguns cuidados com a higiene do seu animal como remover a sujeira em volta dos olhos com um algodão embebido em água morna; se as orelhas estiverem sujas, devem ser limpas com um algodão seco, mas se a sujeira for muito abundante e o animal coçar as orelhas com freqüência, deve ser levado ao veterinário; além disso, o animal deve ser escovado e, se necessário, tomar banho. A limpeza do tártaro dos dentes e o corte das unhas devem ser feitos pelo veterinário.
Gatos de pêlo longo devem ser escovados duas vezes ao dia durante 15 a 30 minutos. Caso contrário, seu pêlo pode ficar embaraçado e será necessário levá-lo ao veterinário para uma tosa depois de ser sedado. A escovação deve ser feita inicialmente com um pente de dentes largos e quando ele estiver passando com facilidade pela pelagem, deve ser trocado por um pente fino. Os pêlos soltos devem ser removidos com uma escova de cerdas de aço, mas as bochechas do gato devem er escovadas delicadamente com uma escova dental. Com o pente fino, deve-se formar uma pequena juba com os pêlos em volta do pescoço.
Já os gatos de pêlo curto requerem menores cuidados com a escovação que deve ser realizada no máximo duas vezes por semana ou o hábito do gato de se lamber pode ser inibido. Porém, entre as escovações, para mantê-lo mais brilhante, acariciá-lo no sentido de crescimento dos pêlos. A escovação deve ser feita, inicialmente, com um pente fino de metal, passando-o da cabeça à cauda do gato, com uma escova de borracha ou de cerdas naturais macias, escová-los no sentido de crescimento dos pêlos, passando depois um pedaço de pano de seda, veludo ou camurça para realçar-lhe o brilho.
O banho é necessário apenas quando a pelagem estiver muito suja ou engordurada, utilizando-se água morna, e xampus ou sabonetes neutros. Mas a cara do gato será limpa apenas com um algodão molhado em água morna. Depois do banho, enxugá-lo com uma toalha seca, mantendo-o em lugar protegido do vento e do frio até que esteja completamente seco. Se não tiver medo do secador de cabelo, pode-se utilizá-lo em baixa rotação, tomando o cuidado de não queimar a pelagem.
Os exercícios do gato consistem, basicamente, em passear pelo jardim, subir em árvores, perseguir gatos intrusos em seu território, fugir do cão da casa e explorar as redondezas. Porém, se o gato fica confinado em casa, certa dose de exercício diário deve ser proporcionada a ele. O ideal é que ele tenha um poste para arranhar e um local que possa escalar, além de uma hora de brincadeiras diárias. Nem todos aceitam guias, mas entre as raças que as aceitam estão o Siamês, o Birmanês e o Russian Blue, desde que os gatinhos sejam condicionados ao seu uso logo após o desmame.

7 – COMPORTAMENTO E EDUCAÇÃO
Diferentemente dos cães, os gatos são animais solitários e não de matilha. Por isso, a maior dificuldade em dominar um gato, se comparado a um cão. Seus parentes silvestres determinam, cada um, seus territórios de extensões variadas, percorrendo-o em busca de presas e dispostos a enfrentar qualquer intruso que tente competir pelo espaço. A relação com outros da mesma espécie se resume ao momento do acasalamento e á criação dos filhotes pela fêmea.
O gato tem hábito noturno, sendo evidente sua maior disposição nesse período. A habilidade felina é indiscutível, mesmo porque é através dela que se tornam tão excelentes caçadores. Os gatos caseiros não caçam para saciar a fome, mas sim pelo prazer de brincar com a presa, como se fosse um esporte, o qual, quanto mais desafiante melhor, como no caso da caça aos pássaros. Contudo, não é agradável para o dono ter um gato que mate outros animais e, ainda, ao comer a presa pode contrair uma doença, portanto, é melhor evitar esse esporte substituindo-o por outro, como, por exemplo, Ter hábito de brincar com ele. Gatos gostam de bolinhas, de saltar e de explorar o ambiente como numa brincadeira de esconder.
Também gostam e necessitam de afiar as garras em árvores. Além de habilidosos, os gatos são animais inteligentes e podem aprender a abrir portas, roubar alimentos sem deixar pistas ou mesmo aprender a urinar e a defecar no local desejado. Porém, diferentemente dos cães, aprendem melhor observando outros gatos (como a mãe, no caso dos filhotes) ao invés de aprender com o dono, induzidos por prêmio ou punição. E, além de inteligentes, têm muito boa memória (para guardar o caminho de casa ou para saber que certas atitudes que produzem ruídos chamam a atenção do dono) e muita sensibilidade (suas capacidades visuais, auditivas e de perceber vibrações são mais aguçadas que as nossas).
Gatos são muito carinhosos com os donos e o demonstram com atitudes como lamber-lhes as mãos, acariciá-los com as patas dianteiras (como fazem os filhotes com a mãe quando querem mamar) e ronronar para mostrar que estão se sentindo bem.
A gata no cio manifesta um comportamento específico: rebola e expõe a região traseira, levantando a cauda quando acariciada no dorso e miando mais que o normal.
Distúrbios comportamentais são raros nos gatos, justamente por serem muito independentes emocionalmente, de seu dono, mantendo a personalidade natural. Educar um gato é difícil, pois ele costuma associar a bronca e o prêmio à pessoa e não à ação que cometeu. O ideal é aproximar os hábitos desejados o máximo possível do que seria na natureza para um gato silvestre. Nas questões de higiene isso não é difícil, já que o gato é, por natureza, um animal limpo e que não suporta sentir-se sujo, nem mesmo num ambiente sujo – daí o seu hábito de lamber-se constantemente.
A agressividade é rara. O que pode ocorrer é uma timidez exacerbada e medo que podem manifestar alguma agressividade como defesa. Isso geralmente ocorre devido a mudança de casa, a pouco contato com o dono ou com gatos que apanham de pessoas.
A rivalidade entre gatos não é considerada como um desvio de comportamento, já que entre os machos, assim como entre as fêmeas, existe naturalmente uma hierarquia de dominância. Para evitar, os confrontos, deve-se criar juntos os animais desde jovenzinhos, permitir-lhes ter espaço, evitando mantê-los fechados; castrá-los quando não são pretendidos à reprodução e dar-lhes a atenção merecida diariamente.

8 – ROTINA VETERINÁRIA: QUANDO PROCURAR AUXÍLIO
Um gato saudável apresenta comportamento típico, mantendo os hábitos de higiene, apetite e sede normais. Qualquer diferença de atitude deve ser comunicada ao veterinário, como apatia, falta de cuidados corporais, diarréia ou obstipação, falta de apetite ou sede, apetite ou sede depravados, coceira ou sacudidas de cabeça, dor ao toque, alterações de pelagem, vômito, secreções nos olhos ou ouvidos etc.
Mas não é somente nestas ocasiões que o gato deve ser levado ao veterinário. As consultas devem ser realizadas pelo menos uma vez por ano para as vacinações e recomendações preventivas, como as vermifugações e cuidados gerais.
O gato doente exige atenção em dobro e precisa de repouso. Alguns medicamentos podem ser administrados em casa pelo dono, como comprimidos, pílulas e cápsulas – que podem ser misturados a uma refeição apetitosa ou, se o gato se recusar a comer, pode ser introduzido na sua boca (atrás da língua, o mais fundo possível) com uma das mãos, enquanto a outra mão, faz pressão atrás dos dentes; então, levanta-se a cabeça do gato e fechando-lhe a boca até ele engolir.
Os medicamentos líquidos podem ser dados com uma seringa sem agulha, introduzida no canto da boca e esguichados de forma lenta para o animal não engasgar. Nos casos de doença respiratória, as inalações podem ser preparadas em casa (desde que sob orientação veterinária), como as infusões de camomila. Para tal, prender o gato numa caixa de transporte com porta gradeada, colocando a infusão num recipiente perto da porta, de modo que os vapores atravessem o interior da caixa e o animal os inspire.
Aplicações mais elaboradas, ou mesmo as citadas, devem ser todas de indicação veterinária.

9 – NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS
A sabedoria popular diz que os gatos possuem sete vidas. Realmente, sua estrutura corpórea é muito resistente, já que é adaptada a grandes saltos, à corrida veloz e até a algumas quedas. No entanto, nem sempre eles saem ilesos dos acidentes e torna-se importante saber como agir nesses momentos, a fim de salvar a vida de seu animal. O mesmo é necessário para os casos de envenenamentos e intoxicações, ferimentos e queimaduras.

• Acidentes (atropelamentos, quedas, pancadas, tiros, brigas ou estrangulamentos): entre em contato com o veterinário imediatamente, mesmo que exteriormente o animal não apresente lesões. Coloque-o em local seguro, com a coluna ereta, deitando-o de lado e aquecendo-o com um cobertor. Deve-se procurar manipular o mínimo possível seus membros. Havendo hemorragia (sangramentos), deve-se buscar estancá-la com uma compressa, que pode ser um pano limpo, e amarrá-la firmemente com uma outra tira de pano, tomando cuidado para não apertar demais. Se houver corpos estranhos dentro da boca, dos olhos ou das feridas, retirá-los com segurança, lembrando que nessas condições qualquer movimento é motivo de muita dor e pode provocar reação.

• Envenenamentos e intoxicações: havendo certeza da intoxicação, uma amostra do produto (com rótulo) ou da planta tóxica deve ser levada ao veterinário, solicitando auxílio imediatamente. Enquanto se espera o socorro veterinário, se o pêlo estiver contaminado com o veneno, lavá-lo com xampu ou sabão comum, enxaguando bem, pois ele pode se lamber na tentativa de se limpar. Caso já o tenha ingerido, pode-se administrar uma solução forte de água morna e sal para que o gato vomite o conteúdo. Se possível, consulte o veterinário antes da administração da solução emética. Evite o contato do gato com óleos usados em automóveis, pois eles costumam ser adocicados e atraem os animais, que os ingerem, podendo-se intoxicar.

• Ferimentos e queimaduras: a região deve ser limpa (se necessário, cortar o pêlo no local machucado), controlar o sangramento comprimindo e enfaixando o local (lembre-se que se deve apertar e não esfregar o local, pois isso intensifica a hemorragia), manter o animal aquecido com cobertor e entrar imediatamente em contato com o veterinário.
Nos casos de queimaduras (por derramamento de líquido quente, produtos químicos ou calor excessivo), lavar o local com bastante água, aplicar uma bolsa térmica com água fria e consultar o veterinário.

10 – CIO, CRUZAMENTO, GESTAÇÃO E PARTO
A decisão de deixar a fêmea reproduzir ou não é do proprietário, mas antes ele deve assegurar-se de que conseguirá encontrar um bom lar para os filhotes. O cio das gatas é sazonal e ocorre, em geral, na primavera e verão, embora haja exceções. Cada cio dura de três a 16 dias, com média de sete dias e se repete a cada duas a quatro semanas. Os sintomas do cio são inquietação, ansiedade por um macho e miados estridentes, exceto nas gatas persas, que quase não miam. Imediatamente antes do cio, a gata fica mais carinhosa.
Antes do cruzamento, a gata deve ser vermifugada e deve estar com o calendário de vacinas em dia. Para melhor orientação sobre esses cuidados com a saúde, o médico-veterinário deve ser procurado. A gata deve ser levada para a casa do macho e eles devem ficar inicialmente separados por uma tela de arame, até que ela comece a demonstrar interesse por ele. Após essa fase inicial de adaptação, deve-se deixar que fiquem juntos e que acasalem livremente por dois ou três dias, podendo então a fêmea ser levada para casa. Porém, é possível que ela ainda esteja no cio, portanto, deve-se deixá-la presa nos próximos dias. É importante lembrar que, nas gatas, os ovários não liberam espontaneamente os óvulos, como ocorre nas cadelas, isso só ocorre após o estímulo desencadeado pela cópula.

A gestação dura de 56 a 67 dias e os primeiros sinais são: mamilos avermelhados por volta da terceira semana de gestação; aumento de peso de um a dois quilos; abdome distendido e mudanças de comportamento. A alimentação só deve ser suplementada nesse período sob orientação do veterinário.
Cerca de duas semanas antes do parto, deve-se prender a gata e preparar um “ninho”, que pode ser feito com caixa de papelão ou madeira e forrado com jornal, que é um bom isolante térmico e pode ser trocado com facilidade. Esse ninho deve ser colocado em um lugar tranqüilo, protegido do vento e do frio e longe de locais de circulação de pessoas; a gata deve, então, ser acostumada ao local preparado.
Os nascimentos podem levar de cinco minutos a duas horas. Se for evidente que o parto ainda não terminou e se não nascer outro filhote dentro de duas horas, o veterinário deve ser chamado imediatamente; nessa situação a gata poderá se mostrar apática e desinteressada.
O veterinário deve ser chamado quando a gata estiver tendo contrações há duas horas sem expulsar um feto ou se não houver contrações passadas seis horas de ocorrido corrimento vulvar, sanguinolento ou não. Após o parto, o veterinário também deve ser chamado quando: houver hemorragia em grande volume (superior a duas colheres de sopa); ocorrer corrimento vaginal com cheiro desagradável; a gata estiver apática; a alimentação normal não for retomada dentro de 12 horas; a gata continuar com contrações ou demonstrar desinteresse pela cria.
Assim que terminar o parto, a forração do ninho deve ser trocada, se a gata permitir, mantendo-a em casa por três a quatro dias. Os filhotes ficam em casa até começarem a andar, quando passarão a acompanhar a mãe.
O aleitamento artificial deve ser fornecido caso os gatinhos fiquem órfãos ou se a gata não tiver quantidade suficiente de leite para adequada amamentação de seus filhotes. Nesse caso, o leite deve ser dado com a ajuda de uma seringa sem agulha, de um conta-gotas ou de uma mamadeira para recém-nascidos. Pode-se optar pelo leite em pó para recém-nascidos diluído em água filtrada e oferecido várias vezes ao dia. A ingestão do leite não deve ser forçada, pois ele pode ir para o pulmão e causar pneumonia.
Para se evitar a gestação, o cio deve ser detectado precocemente pelo proprietário, que deve manter a gata presa neste período. Se houver machos não castrados na casa, estes também devem ser afastados. O uso de anticoncepcionais é contra-indicado, pois podem levar a graves problemas de saúde no futuro, além de serem proibidos para gatas diabéticas e poderem causar apatia, aumento de apetite e consequente aumento excessivo de peso. Se não forem desejadas ninhadas no futuro, a melhor opção para evitar os cruzamentos indesejáveis é a castração, tanto de fêmeas quanto de machos (no caso de machos, inibe comportamentos indesejáveis como brigas e, tanto machos quanto fêmeas, tornam-se mais carinhosos depois de castrados).

11 – O GATO IDOSO
À medida que o gato envelhece, ocorrem mudanças fisiológicas e algumas doenças podem ocorrer. Geralmente, ocorre diminuição do apetite, emagrecimento e podem surgir insuficiências de órgãos como rins, fígado e coração. Os gatos vivem, em média, 20 anos e, a partir de oito anos de idade, devem se submeter a exames regulares em consultas veterinárias mais freqüentes (no mínimo, de seis em seis meses). Cuidados gerais devem ser intensificados nessa fase, incluindo cuidados com os dentes, limpando duas ou três vezes por semana, e com os olhos e ouvidos, que vão, aos poucos, perdendo a função necessitando serem examinados com freqüência. Quando o gato está praticamente cego, seus pertences (cama, vasilhas de água e comida, caixa de areia) não devem ser mudados de lugar.
Em relação à alimentação, aumentar o número de refeições, pois o gato passará a comer menos, porém mais vezes por dia, evitando o emagrecimento. A disposição para brincadeiras de um gato idoso poderá diminuir, mas nunca deixe de amparar seu bichano e companheiro de tantos anos, nem deixe de tratá-lo com a mesma alegria e o mesmo carinho de antes.

Certo ou Errado?
Errado – Quando o meu animal era bebê tinha muitos cuidados com ele porque era muito sensível. Agora já não é preciso.
• Certo – Um animal sénior (com mais de 8 anos) precisa de cuidados diferentes e de mais atenção do que um adulto jovem. Não é justo que o ignoremos agora porque “já está velhote”.

Errado – O meu gato come a mesma ração de sempre.
• Certo – Um animal sénior deve fazer uma ração apropriada à sua idade, da mesma maneira que um gato deve comer ração júnior.

Errado – Se ele não se queixa é porque está tudo bem.
Certo – Muitas doenças só apresentam sintomas, numa fase tardia em que já é difícil atuar (por exemplo doenças cardíacas, insuficiência renal, tumores etc). A melhor maneira de detectar e controlar muitas doenças graves é fazendo exames e análises regulares. Deve fazer-se pelo menos um check-up anual.
Fonte Tutor Zone – Tudo sobre Gatos