Tempo passado no exterior amplia capacidade de administrar operações complexas, dizem recrutadores e gerentes de RH
Se você cogita passar um período no exterior a trabalho, pode começar a arrumar as malas. Como mostra artigo publicado pelo site do Wall Street Journal, profissionais com experiência em dois ou três países estão em alta demanda, pois o tempo passado no exterior amplia sua capacidade de administrar operações complexas e interligadas — habilidades que não podem ser desenvolvidas na sede da empresa ou num período breve no exterior, dizem recrutadores e gerentes de recursos humanos.
De acordo com Tom Kolder, presidente da empresa de recrutamento de executivos Crist Kolder, não há nada como estar no próprio local para ver a realidade de como o negócio realmente funciona:
“Temos visto esse requisito passar de ‘seria uma vantagem’ para ‘é essencial’”.
No passado, enviar um executivo para um país estrangeiro sinalizava que ele não era mais vital para as operações do dia a dia, diz James Hertlein, diretor administrativo da Boyden, firma de recrutamento de executivos. Agora, sete em cada dez clientes pedem experiência internacional ao procurar executivos de alto escalão ou membros do conselho; e, desses sete, cerca de metade começou recentemente a exigir vários anos de experiência em diversos países, estima Hertlein.
À frente dessa mudança estão os diretores-presidentes que desejam ter uma equipe com conhecimento prático de administração em qualquer parte do mundo. Que tenham experiência desde encontrar parceiros locais até prever as preferências dos clientes.
Mas, segundo o coach Silvio Celestino, ter experiência internacional no currículo vale para qualquer profissional, independentemente do cargo que ocupa, porque o mundo empresarial requer que a pessoa saiba se comunicar e interagir com diversas culturas.
— A diversidade cultural é uma realidade nas empresas e a pessoa que já teve oportunidade de uma experiência internacional tem melhores condições de compreender e, principalmente, respeitar essa diversidade — afirma o consultor.
Celestino ressalta que um profissional com experiência internacional é visto como alguém que compreende melhor as sutilezas da interação com pessoas de países e culturas diferentes:
— É comum observarmos pessoas que têm certas opiniões sobre estrangeiros mas que, na sua experiência de vida, nunca interagiram diretamente com um número signficativo de pessoas daquele país para, de fato, ter uma avaliação apropriada a respeito. O que agrega é a capacidade do profissional de lidar com as diferenças sem julgá-las. Ou seja, o profissional é capaz de pensar: "o que é diferente de mim não é necessariamente errado".
Para a empresa, acrescenta o coach, a experiência internacional minimiza as possibilidades de conflitos serem gerados por incompreensões de comportamentos devido às diferenças culturais. Isso acelera a formação de times de trabalho e gera maior produtividade em grupos multiculturais.
Fonte O Globo Online