sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

PLANEJAMENTO E ANTECEDÊNCIA SÃO AS PALAVRAS DE ORDEM PARA COMPRAR PASSAGEM COM MILHAS

Segundo especialista, é possível conseguir valores pela metade do preço

No mercado doméstico, viaja-se, em média, com dez mil milhas por trecho. A maioria das milhas é usada para negócios, o que deixa São Paulo, Rio, Brasília, Porto Alegre e Curitiba na preferência. No Nordeste, as cidades mais requisitadas são Recife e Salvador

Você já conhece todas as regras para acumular e trocar pontos. Mas, se mesmo assim, o seu plano de viagens não dá certo, é bom ficar atento a outros fatores que podem estar influenciando suas decisões na hora de usar as milhas: falta de planejamento, escolha errada do plano de pontos ou do destino final. As razões para que sua viagem, em milhas, não saia do papel são muitas. Para evitar estes e outros erros, elaboramos uma lista de dicas para que ajudarão o seu próximo embarque.

MELHOR RESGATER 90 DIAS ANTES
Se alguma dica é unânime entre os especialistas consultados é a necessidade de se planejar. Segundo Bruno Nissental, do Oktoplus, aplicativo especializado em milhagem, o cliente consegue valores até 50% mais baixos (em milhas), se resgatar a passagem com 90 dias de antecedência da viagem.
A falta de assentos disponíveis nas datas desejadas também é fonte de reclamações. E a solução também está no planejamento. Segundo Cristina Anfimovas, coordenadora do Victoria, programa da TAP, os assentos disponíveis variam de acordo com a demanda pelo voo:
— Para conseguir passagens em alguma data específica, e se ainda for na alta temporada, é preciso reservar com antecedência. Há assentos para clientes de milhagem em todos os voos, mas a quantidade e disponibilidade variam com a época.
Se possível, conseguir datas flexíveis de ida e volta contribui para encontrar passagens mais baratas. Celio Martins, do site Milhas e Pontos, diz ainda que procurar companhias menos tradicionais em certos trajetos também ajuda na economia:
— Há voos para a América do Sul sendo operados por aéreas asiáticas e europeias.

MONITORE OS PREÇOS
Monitorar os preços com frequência é importante. Segundo Nissental, as variações são grandes ao longo do ano e entre as companhias. A dica vale, especialmente, para quem tem pontos acumulados no crédito e pode escolher para qual aérea deseja desembolsar o tíquete:
— Muitos programas de cartões de crédito possuem opções de utilizar os pontos no próprio programa e resgatar passagens. Essa opção é, muitas vezes, mais barata.

ACUMULE EM POUCOS LOCAIS
Ter muitos pontos espalhados entre programas de fidelidade, cartão de crédito e companhias aéreas pode ser um problema já que, muitas vezes, as empresas não têm parcerias entre si. O conselho do economista Samy Dana, da FGV/SP, é mesmo acumular os pontos no crédito. Neste caso, as opções para compra da passagem são mais amplas, e a troca é simples, com os pontos armazenados no mesmo local.

EVITE OS EXAGEROS
Porém, se o seu fraco é o consumismo e o cartão de crédito vive ultrapassando a renda, é melhor deixar a ideia de juntar pontos de lado. Pelo menos no crédito. Dana alerta que os juros do cartão de crédito são altos e não adianta nada consumir demais, se depois vai faltar dinheiro para pagar a viagem:
— A passagem é só um dos gastos. É preciso ter dinheiro para hospedagem, comida etc. Então, não adianta gastar muito se depois vai ficar faltando. E os juros do cartão são altos! Melhor economizar o valor que se pagaria pela dívida e pagar a passagem em dinheiro mesmo.
Também não vale comprar em uma loja mais cara só porque ela acumula pontos.

SIMULE SEU CONSUMO
Aliás, para não perder as contas de vista nem se decepcionar com os pontos acumulados, o ideal é simular os gastos no cartão e ver se, dentro do período de validade, será possível comprar uma passagem, acentua Dana:
— Muita gente começa com a expectativa de viajar pra Europa e, no final, não consegue um liquidificador.

DE OLHO NA VALIDADE
Um dos maiores erros de quem junta pontos no cartão (ou milhas nos programas de fidelidade) é esquecer que a maioria tem data de validade estabelecida. Em alguns casos, não chegam a dois anos (em média, rondam a casa dos três anos). Esquecer as datas pode significar muita decepção e dinheiro perdido, comenta Nissental.
Em alguns casos, como no Smiles, é possível pagar para reativar as milhas vencidas, desde que elas tenham expirado nos últimos 12 meses.

TECNOLOGIA A SEU FAVOR
Aplicativos, sites e blogs também ajudam. O aplicativo Oktoplus (oktoplus.com.br), por exemplo, pesquisa os melhores preços em milhas e avisa o usuário quando as suas vão expirar. Outros, como Melhores Destinos (melhoresdestinos.com.br) e Clic Viagens (clicviagem.com.br) fornecem dicas valiosas.

PREÇOS EM CONTA
O economista Samy Dana acrescenta outro ponto relevante: se a passagem estiver mais barata no caso de pagamento em dinheiro, se possível, é melhor guardar as milhas para outro momento:
— Ganhar milha não é a mesma coisa que ganhar descontos em dinheiro.

DESCONTOS E PROMOÇÕES
Conseguir comprar passagens aéreas com as promoções das companhias é uma das melhores formas de viajar com milhas. O Smiles, por exemplo, lançou recentemente uma promoção em que trechos para Salvador, Goiânia e Campo Grande ficavam em duas mil milhas. Para conseguir a pechincha, é fundamental se planejar e ficar de olho no site das companhias e programas.

LUPA NO CONTRATO
Cláusulas abusivas, mudanças de regras, preços inacessíveis. Estas são algumas das reclamações que o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor já observou nos contratos de fidelidade. Para a advogada da instituição, Cláudia Almeida, é importante ficar de olho na hora de assinar os contratos.

PROCURE ALTERNATIVAS
Você vai até gastar mais milhas, mas se elas estiverem perto do prazo de validade ou em excesso, vale a pena buscar assentos na classe executiva. Menos disputados, eles são mais confortáveis e a probabilidade de encontrar um lugar é maior.

INSATISFEITO? RECLAME!
Se você seguiu todos os passos corretamente e, mesmo assim, não conseguiu trocar os pontos e milhas? Procure a ouvidoria da empresa ou órgão responsável, como o Procon, e reclame.

Por Carolina Mazzi
Fonte O Globo Online