quinta-feira, 16 de junho de 2016

NA HORA DE TROCAR AS MILHAS, É PRECISO TER ATENÇÃO ÀS MUDANÇAS SÚBITAS DE REGRAS

Principais reclamações são diferenças repentinas no contrato das companhias e preços cobrados

Para a Europa, as companhias pedem, em média, de 60 mil a 80 mil milhas em voos de ida e volta. Paris, a Cidade Luz, é uma das mais requisitadas

Conseguiu acumular pontos o suficiente para trocar por uma passagem aérea? Antes de começar a arrumar as malas, é importante se preparar quando for finalizar a compra. Para Claudia Almeida, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), é neste momento que os principais problemas surgem. E as reclamações mais comuns são em relação a mudanças repentinas nas regras das companhias ou a preços cobrados.
— Temos notado que as pessoas têm dificuldade cada vez maior para trocar seus pontos por passagens aéreas. É preciso ficar de olho na hora de assinar e ler o contrato.
Segundo o economista Samy Dana, da FGV/SP, o maior acesso da população aos produtos de turismo e bancários tem facilitado o acúmulo de pontos e, na hora de trocar, as companhias têm apertado as regras:
— As aéreas continuam querendo a fidelidade, mas, como hoje em dia todo mundo tem ponto, é preciso equilibrar estas trocas.
Para se desviar de alguns destes problemas, é bom ficar de olho nas formas de trocas, que podem ser feitas diretamente com o banco, com a companhia ou nos diferentes programas de fidelidade.

VIA CARTÃO DE CRÉDITO
Para transformar as compras feitas via cartão de crédito em viagem, é possível transferir as cifras para programas de fidelidade de companhias aéreas. Alguns bancos oferecem ainda o serviço de compra da passagem aérea diretamente do site. Pelo cartão, também é possível comprar passagens para outras pessoas utilizando as milhas, mas o resgate deve ser feito pelo titular. E é ilimitado.

Direto do site. Se você conseguiu juntar pontos suficientes no HSBC, Santander ou no Bradesco, é possível comprar passagens aéreas direto do site dos programas de fidelidade destes bancos. Segundo Cassius Schymura, diretor de cartões do Santander, neste caso, é o banco que compra a passagem para o cliente e fica com as milhas.

Do banco para milhagem. Opção para quem acumulou pontos pelo cartão de crédito é transferir a cifra para os programas de fidelidade das cias aéreas parceiras da instituição. A maioria delas tem associação com os principais bancos e a troca pode ser feita na hora ou em até dez dias.

Das parcerias. É cliente fiel de alguma companhia aérea e optou por um cartão de crédito que acumula milhas diretamente? Então, a troca é ainda mais fácil, já que as compras do cartão vão direto para o programa de fidelidade, o que diminui, em muito, a burocracia na hora de comprar a passagem.
Só é preciso ficar atento, já que acumulando diretamente em uma companhia aérea, a compra fica restrita à empresa e a seus parceiros.

PELOS PROGRAMAS DE FIDELIDADE
Se grande parte dos pontos acumulados veio de programas de fidelidade, o procedimento para trocar os pontos por milhas pode ser mais burocrático, já que, se o acúmulo estiver disperso entre várias companhias parceiras ou estabelecimentos comerciais, é preciso juntar tudo num só antes de transferi-los.
Pelas companhias aéreas. Trocar as milhas acumuladas em programas de fidelidade de uma companhia é, muito provavelmente, a forma mais prática, embora seja também a menos dinâmica, como alerta o economista Samy Dana: “O consumidor fica preso com um certo número de companhias”. 
Para trocar as milhas, é preciso entrar em contato com a companhia e escolher o dia e o local de destino. Os preços variam de acordo com a procura pelo voos e na alta temporada a oferta de assentos para as passagens pagas em milhas pode ser menor.
O importante é mesmo a antecedência.

Outros programas. Os pontos conquistados em programas de fidelidade do varejo são cada vez mais comuns, já que são de fácil acumulação. Os mais usados são Multiplus, da TAM, e Smiles, da Gol. Há ainda o Dotz, parceiro do Banco do Brasil. Os pontos acumulados nestes programas podem ser trocados diretamente por passagens aéreas das aéreas parceiras. Exemplo? Se você comprar um tênis e a loja de varejo for parceira da Multiplus, você usa esses pontos na compra de uma passagem pela TAM.
A advertência, neste caso, é a mesma dos programas de fidelidade das companhias aéreas parceiras: os pontos só podem ser convertidos para os seus programas.

PAGANDO A DIFERENÇA
Em algumas agências de viagem e companhias, é possível comprar parte da passagem em milhas e pagar a diferença do valor através de dinheiro ou cartão. A facilidade é poder parcelar o restante e, se a compra for no cartão de crédito, acumular novos pontos. Um dos bancos que oferecem o serviço é o HSBC, através da agência de viagens própria, a Valeu.

OUTRAS FORMAS DE TROCAS
Descontos. Outra forma para se trocar os pontos é conseguindo descontos em outros serviços, oferecidos não só pelas companhias. aéreas mas também por bancos e outras empresas. No programa de milhas da TAP, o Victoria, por exemplo, é possível conseguir limite adicional de bagagem, dependendo da quantidade de milhas acumuladas e o nível de fidelidade.

Upgrade. Várias companhias oferecem a possibilidade de trocar os pontos para pagar a diferença entre classes no avião. Quase todas as empresas oferecem upgrade de classe.

ALIANÇAS INTERNACIONAIS
Se você tem pontos do cartão Tudo Azul, mas quer viajar para os Estados Unidos, não se preocupe. Uma das melhores formas na hora de trocar pontos para comprar a passagem aérea é procurando empresas parceiras. No caso da Azul, que voa para a Flórida a partir de Campinas, é possível trocar os pontos na United Airlines. Nos conglomerados internacionais, como o One World e a StarAlliance, já é possível trocar os pontos para comprar passagem em outras companhias. Para isso, é preciso acessar o site ou ligar para a central de atendimento da aérea escolhida e trocar as milhas.

Por Carolina Mazzi
Fonte O Globo Online