terça-feira, 7 de maio de 2019

NÃO É APENAS O QUE VOCÊ DIZ NO CURRÍCULO, MAS COMO O FAZ

Saiba explicitar experiências de forma a multiplicar suas chances de conseguir o emprego

Você está dizendo aos seus prováveis futuros patrões o que eles querem ouvir ou está lhes contando os fatos? Segundo a blogueira Jacqui Barrett-Poindexter, do site americano Glassdoor.com, especialista em carreira e emprego, quando estamos nos candidatando a um emprego, dizemos apenas aquilo que achamos que nos dará maiores chances de sucesso. No entanto, diz ela, é possível dizer coisas que o beneficiem, mas sem mentir.
Se o profissional não redige um currículo da forma correta, diz Barrett-Poindexter, pode perder uma chance singular de causar boa impressão. A coach ressalta que, mesmo que os exemplos não sejam perfeitamente adequados à empresa onde a pessoa trabalha, podem ser a diferença entre conseguir o novo trabalho ou ser dragado de volta para o mar da procura de empregos.

Alguns exemplos do que escrever (e o que não escrever) no currículo:
Diga: Promovi mudanças na empresa, previstas para custar R$ 12 milhões e para durar seis meses, em três meses, com gasto de R$ 900 mil.
Não diga: Promovi mudanças na empresa, previstas para custar doze milhões de reais e para durar seis meses, em três meses, com gasto de novecentos mil reais.
Olhando para as duas frases acima, é fácil perceber como usar números precisos, em vez de citá-los por extenso, tem impacto positivo para quem for ler. Não esconda os números no texto.

Diga: Adicionei R$ 100 mil à linha de fundo, desenvolvendo relacionamentos com novas contas, através de uma abordagem de vendas consultiva. Reativei contas que estavam desativadas.
Não diga: Responsável por desenvolver relacionamentos com novas contas, usando um plano de vendas consultivo e trazendo contas de volta à vida.
Expressões como “responsável por” são consideradas redundantes, na melhor das hipóteses, e elementares, na pior. O leitor do currículo não está tão preocupado com o fato de você ser responsável por isso ou aquilo, mas quer saber que atitudes você tomou para chegar aos resultados desejados.

Diga: Revigorei o departamento que estava sendo prejudicado por sistemas desatualizados e pelas constantes faltas dos funcionários, o que fez a produtividade aumentar 50%.
Não diga: Assumi o controle de um departamento deixado em ruínas pela má administração anterior, diminuí o absenteísmo e elevei o moral dos funcionários.

Criticar o gerente anterior o faz parecer pedante. Evite passar este tipo de impressão às pessoas, destacando os obstáculos que você superou, mas sem falar mal de quem você substituiu.
Diga: Recrutei profissionais de vendas de alto nível, e estabeleci cotas para aumentar as vendas.
Não diga: Demiti pesos-mortos na área de vendas, e introduzi cotas para manter os números de vendas elevados.

Novamente, a segunda frase está apenas servindo para criticar profissionais pela má performance, em vez de mostrar quais foram as ações que você tomou para melhorar as vendas no departamento.
Diga: Tenho bom relacionamento com contatos-chave (citar os tipos de profissionais), que me ajudaram a criar novos canais de comunicação, o que acabou por gerar maior receita na minha área de atuação na empresa.
Não diga: Conheço todo mundo nesta área, e todo mundo me conhece.
Mesmo que seja verdade, falta polidez e especificidade. E o fato de que pessoas no mercado o conhecem não faz delas contatos-chave.
Fonte O Globo Online