quarta-feira, 15 de setembro de 2021

PROVA DE TÍTULOS DEVE SER USADA A FAVOR DO CANDIDATO

 
Entre os documentos a serem apresentados nos concursos, estão os diplomas de pós-graduação, mestrado e doutorado

Usados para diferenciar candidatos mais qualificados de outros menos experientes, títulos exigidos em determinados concursos geram polêmica em meio aos participantes. Vale como titulação qualquer documento que ateste a conclusão de curso, concurso, capacitação ou de um trabalho. A publicação de um livro, por exemplo, o exercício de uma atividade, pós-graduações, mestrados e doutorados podem alavancar a colocação de quem entra na disputa de uma seleção pública.
A principal queixa dos concurseiros é que a avaliação de títulos pode funcionar como brecha para apadrinhados entrarem nos órgãos públicos, em vez dos aptos e aprovados para os cargos. Segundo o diretor do Instituto IOB, Leonardo Pereira, a solução para evitar que um título possa privilegiar um candidato é entrar com mandado de segurança na Justiça.
“Os títulos têm que servir para avaliar o candidato por mérito no desempenho de atividades que tragam benefícios para a profissão”, diz.
Para saber o que apresentar à banca, é preciso analisar primeiro editais anteriores do concurso desejado. “São considerados títulos desde horas lecionadas em determinadas atividades até o doutorado, dependendo das regras do edital”, explica o diretor.
Vale lembrar, a quem possui títulos no exterior, que é necessário procurar, com antecedência, qualquer universidade federal no Brasil para validar os documentos. “Se o candidato deixar para fazer isso depois da aprovação, fatalmente não conseguirá a pontuação”, alerta o especialista Bernardo Brandão.
Em geral, o momento de entregar os documentos à organizadora é após as provas preliminares, quando passam a ser avaliados os critérios de desempate. De qualquer forma, é possível saber as datas corretas pelo edital.

Candidatos favorecidos
Para Bernardo Brandão, a prova de títulos pode ser exigida, desde que seja preservado o verdadeiro sentido da avaliação. “Temos levado ao Judiciário um grande volume de processos que discutem esta avaliação. Em muitos casos a prova é um disfarce para privilegiar determinados candidatos”, denuncia.
Os pontos atribuídos aos títulos também são questionados pelo especialista. “Em alguns casos, os pontos dos títulos são tão altos que acabam descaracterizando o próprio concurso”, diz Brandão. Desta forma, segundo ele, a pontuação atribuída à prova deve prevalecer sobre a pontuação do título. “Os pontos dos títulos não devem ultrapassar mais que um por cento da pontuação da prova”, sugere o especialista.
Por Priscila Belmonte de Barros
Fonte Extra Online